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Fim do prazo das tarifas, cúpula dos Brics e novo partido de Musk: o que move os mercados

Trump anunciou que irá impor uma tarifa adicional de 10% a países que, segundo ele, se alinharem às “políticas antiamericanas” do Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso na reunião do Brics (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso na reunião do Brics (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

Publicado em 7 de julho de 2025 às 08h20.

Os mercados começam a semana de olho no prazo final para acordos tarifários com os Estados Unidos, na repercussão da cúpula dos Brics e no impacto da entrada de Elon Musk na política americana.

No fim de semana, o presidente Donald Trump anunciou que irá impor uma tarifa adicional de 10% a países que, segundo ele, se alinharem às “políticas antiamericanas” do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, Emirados Árabes, África do Sul, Indonésia, Etiópia, Irã, Egito e Arábia Saudita.

A declaração foi publicada após o grupo, reunido no Rio de Janeiro, expressar preocupação com a “proliferação de ações restritivas ao comércio”, em referência a tarifas e outras barreiras unilaterais. O comunicado final da cúpula não menciona diretamente os EUA, mas o recado foi entendido como resposta às medidas recentes de Washington.

Termina nesta quarta-feira, 9, o prazo definido pelo governo dos Estados Unidos para a conclusão de acordos comerciais no âmbito das chamadas “tarifas recíprocas”, anunciadas em abril pelo presidente Donald Trump. Embora essa seja a data oficial, aliados próximos ao republicano indicam que há espaço para estender as negociações até o ínicio de agosto.

Nesta segunda-feira, a Casa Branca deve enviar cartas a até 15 países que ainda não firmaram acordos com Washington. Os documentos devem apresentar propostas de tarifas no modelo “pegar ou largar”, com o objetivo de acelerar as decisões antes do fim do prazo.

Agenda brasileira

No Brasil, o impasse entre Executivo e Congresso sobre o IOF entrou em compasso de espera após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O magistrado suspendeu os atos de ambos os Poderes sobre o tema e convocou audiência de conciliação para o próximo dia 15, às 15h.

No mercado doméstico, a segunda-feira também marca a divulgação de dados importantes. Às 8h, a FGV publica o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de junho, que deve mostrar forte deflação. Às 8h25, o Banco Central divulga o Relatório Focus com as projeções atualizadas do mercado.

Às 11h, a Anfavea apresenta os dados de produção e venda de veículos em junho. No período da tarde, às 15h, a Secretaria de Comércio Exterior divulga a balança comercial semanal.

Também estão previstas reuniões de autoridades brasileiras com representantes dos Brics no Rio de Janeiro. Às 9h, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de encontros com ministros de Finanças e presidentes de outros bancos centrais do bloco.

Mercados internacionais

Em meio ao cenário global conturbado, investidores acompanham ainda o desempenho das ações da Tesla. Os papéis da companhia caíam mais de 7% no pré-mercado nesta manhã após Elon Musk anunciar, no fim de semana, a criação de um novo partido político nos Estados Unidos. A decisão reacende preocupações de investidores sobre o envolvimento do bilionário na política em um momento considerado crítico para a estratégia da montadora.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em queda. No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,56% e o Topix caiu 0,57%. Na China, o CSI 300 caiu 0,43% e o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 0,61%. O S&P/ASX 200, da Austrália, perdeu 0,16%, em dia de reunião do banco central, que pode reduzir os juros para 3,60%. Já na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,17% e o Kosdaq teve ganhos de 0,34%.

Na Europa, os índices operavam em alta por volta das 8h (horário de Brasília), com o Stoxx 600 subindo 0,35%, o DAX, 0,71%, o CAC 40, 0,22%, e o FTSE 100, 0,16%. O setor de petróleo e gás recuava, após a Opep+ anunciar aumento de produção além do esperado.

Nos Estados Unidos, os futuros indicavam queda: o do Dow Jones recuava 0,06%, o do S&P 500, 0,28%, e o do Nasdaq 100, 0,42%.

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