Redatora
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 20h41.
As ações da Fiserv despencaram 44% nesta quarta-feira, marcando a maior queda diária da história da empresa. O mercado teve uma reação péssima depois que a fintech revisou para baixo suas projeções de lucro e anunciou mudanças na equipe executiva e no conselho de administração.
O CEO Mike Lyons afirmou, em comunicado, que o desempenho atual da companhia “não está onde gostaríamos que estivesse, nem onde nossos stakeholders esperam que esteja”.
A redução nas estimativas de lucro ajustado anual foi para entre US$ 8,50 e US$ 8,60 por ação, bem abaixo da previsão anterior de US$ 10,15 a US$ 10,30. A empresa também cortou a expectativa de crescimento de receita para 3,5% a 4%, frente aos 10% estimados anteriormente, segundo a CNBC.
Durante a teleconferência de resultados, Lyons citou a deterioração do ambiente econômico da Argentina como um dos principais fatores para a desaceleração. Em 2024, o país havia contribuído com 10 pontos percentuais para o crescimento orgânico da Fiserv, de 16%. A nova previsão considerava que os demais mercados compensariam essa desaceleração, o que não ocorreu.
No segundo trimestre, o lucro ajustado por ação foi de US$ 2,04, abaixo da estimativa da LSEG, para US$ 2,64. A receita subiu 1% na comparação anual, para US$ 4,92 bilhões, também abaixo da expectativa de US$ 5,36 bilhões.
O lucro líquido foi de US$ 792 milhões, ante US$ 564 milhões em 2024.
Com os resultados, a empresa anunciou alterações estratégicas na gestão. O diretor de operações Takis Georgakopoulos assumirá como co-presidente ao lado de Dhivya Suryadevara, ex-CEO da Optum Financial Services. Paul Todd foi nomeado diretor financeiro.
No conselho administrativo, Gordon Nixon, Céline Dufétel e Gary Shedlin se juntarão à equipe em 2026, com Nixon atuando como presidente independente e Shedlin liderando o comitê de auditoria.
A companhia também informou que transferirá suas ações da bolsa de Nova York (NYSE) para a Nasdaq em novembro, onde passará a ser negociada sob o código FISV.
Em comunicado, Lyons afirmou que o novo time de liderança e as mudanças estruturais devem posicionar a Fiserv para “impulsionar um crescimento sustentável e de alta qualidade” nos próximos anos.