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Fukunaga deixa presidência da Previ e será substituído por Márcio Chiumento

Entidade responsável pela gestão de fundos de pensão de funcionários do BB foi alvo de investigações do TCU este ano

Previ foi alvo de investigação do TCU este ano (Leandro Fonseca/Exame)

Previ foi alvo de investigação do TCU este ano (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 17h10.

Última atualização em 17 de outubro de 2025 às 17h16.

João Luiz Fukunaga, presidente da Previ, maior fundo de pensão do país, anunciou sua saída da fundação para assumir a diretoria de Relações Governamentais e ASG da EloPar, holding formada por Banco do Brasil e Bradesco. Seu nome sofreu desgastes desde o começo do ano, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma auditoria para investigar o déficit de R$ 17,6 bilhões no principal fundo da gestora.

Na época, a Previ explicou que houve uma oscilação normal de mercado, que refletiu nos resultados do Plano 1 e do Previ Futuro. "Alguns dos principais ativos, como a Vale (VALE3), tiveram seu valor bastante depreciado ao longo do ano, representando um grande volume desse resultado. Ativos de renda fixa que estão marcados a mercado também oscilaram no período", informou o fundo, que administra patrimônio superior a R$ 270 bilhões.

No lugar de Fukunaga, o Banco do Brasil indicou o funcionário de carreira Márcio Chiumento, atual diretor de Participações da entidade. As mudanças no comando da Previ vinham sendo discutidas há meses, como a EXAME chegou a antecipar.

O Conselho Deliberativo já iniciou os trâmites para a posse do novo presidente.

Críticas antigas

Indicado em 2023 pela presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros,Fukunaga foi alvo de questionamentos por seu passado ligado ao movimento sindical e suposta falta de experiência como executivo.

O sindicalista também encontrou resistência no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto. A substituição era vista como uma forma de tentar reverter o desgaste político.

Graduado em História e com mestrado em História Social, Fukunaga integra o quadro do BB desde 2008. Em 2012, participou do Sindicato dos Bancários de São Paulo e chegou a coordenar a Comissão de Negociação dos Funcionários do Banco do Brasil.

Foi o primeiro representante de origem sindical a assumir o comando da Previ desde 2010.

Desinvestimentos

Entre 2023 e 2025, a alocação em renda variável da Previ caiu de 32% para 18%, com cerca de R$ 30 bilhões desinvestidos e realocados em renda fixa. Fukunaga liderou o desinvestimento em mais de 50 empresas desde 2024, incluindo a BRF (BRFS3), e reforçou a carteira de títulos públicos em mais de R$ 19 bilhões.

O fundo também cita a venda da participação na Neoenergia, com valorização de aproximadamente 20% sobre o valor de mercado das ações, resultando em reforço de cerca de R$ 12 bilhões no caixa do Plano 1.

Novo presidente

Funcionário de carreira do BB desde 2000, Márcio Chiumento atuou em posições estratégicas, incluindo a liderança de áreas de Clientes, Estratégia e Produtos do segmento Setor Público. Também foi Ouvidor-Geral do BB, gerente executivo na Diretoria de Atendimento e Canais, gerente de administração na Superintendência de Varejo, administrador de agências e consultor de investimentos nos segmentos Private e Alta Renda. Atualmente, integra o Conselho de Administração da Neoenergia e é vice-presidente do Conselho de Administração da Tupy.

Para o lugar de Márcio Chiumento, o BB indicou Adriana Chagastelles, a primeira mulher indicada pela instituição para um cargo de direção na entidade. Antes da nova função, liderou áreas estratégicas como Administração Imobiliária e Secretaria Executiva de Governança. Em sua trajetória, passou pelas gerências de Participações Mobiliárias, Mercado de Capitais e Investimentos Estratégicos, além de atuar como conselheira em diversas empresas participadas da Previ.

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