Mercados

Fundos dão impulso a estreias e ofertas na Bolsa

Com a economia dando sinais de recuperação, a "janela" para esse tipo de operação está aberta de novo.

B3: fundos estão aproveitando o momento para se desfazer de participações e fechar o ciclo do investimento (Germano Lüders/Exame)

B3: fundos estão aproveitando o momento para se desfazer de participações e fechar o ciclo do investimento (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de novembro de 2017 às 13h02.

São Paulo - Os fundos de private equity - que compram participação em empresas para vender, no futuro, com lucro - voltaram a movimentar as ofertas de ações na Bolsa de Valores.

Com a economia dando sinais de recuperação, a "janela" para esse tipo de operação está aberta de novo. E os fundos estão aproveitando o momento - antes que essa janela se feche novamente no período eleitoral - para se desfazer de participações e fechar o ciclo do investimento.

Os private equity captam recursos de grandes investidores, adquirem fatias de companhias consideradas promissoras para, anos depois, se tudo der certo, revendê-las por um preço maior - a outras empresas ou a investidores pulverizados na Bolsa.

"Das ofertas de ações que aconteceram neste ano, metade delas tinha a presença do private equity. Para o próximo ano, cerca de 30% das empresas devem ter esse componente", destaca o diretor de banco de Investimentos do Itaú BBA, Roderick Greenlees.

Na semana passada, por exemplo, o norte-americano Advent vendeu parte de sua participação na companhia de alimentos IMC, dona das marcas Viena e Frango Assado.

O Advent já reduziu, em 2017, sua participação no laboratório Fleury e ainda levou o grupo farmacêutico Biotoscana para a Bolsa. Está previsto ainda seu desembarque da empresa do setor de vestuário Restoque, dona das marcas Dudalina e John John, por meio de uma oferta subsequente.

O Warburg Pincus também vai vender sua participação na Restoque. Para dezembro, está programada a venda de parte da fatia que Vinci Partners, Temasek e Capital Group detêm na rede de fast-food Burger King Brasil.

Os fundos que têm investimentos no Brasil estão com algumas boas companhias no portfólio, de grande porte e aptas a ofertas em Bolsa.

Entre alguns exemplos estão a Intermédica Notredame, da Bain Capital, que chegou a tentar abrir seu capital neste ano, mas resolveu esperar para 2018, em busca de um melhor preço para o ativo. Outra candidata relevante é a Rede D'Or, do Carlyle e do fundo soberano de Cingapura, o GIC. A rede de ensino Uniasselvi, também do Carlyle, está no radar.

O fundo Pátria tem no portfólio o Hidrovias do Brasil, que já chegou a se movimentar para realizar uma abertura de capital. O Grupo Oncoclínicas, controlado pela Victoria Capital, é mais um nome.

Fábio Nazari, do BTG Pactual, pondera que os desinvestimentos dos fundos, neste momento, acabam tendo uma maior visibilidade, já que nos últimos a "janela" para ofertas estava praticamente fechada.

Para o sócio da Bain & Company e especialista em private equity, André Castellini, as vendas dos fundos neste momento também são uma resposta à safra ruim de investimentos de diversos deles em países emergentes, onde sofreram com a desvalorização cambial, queda dos preços das commodities e, no caso específico do Brasil, com a corrupção.

"Quem tem investimento bom no portfólio precisa mostrar isso, mas é claro que o momento positivo de mercado permitiu esses desembarques." Pesa ainda o fato de as eleições de 2018 terem enorme potencial de trazer alta volatilidade para o mercado, podendo fechar a janela para emissão de ações e também reduzir a precificação de um determinado ativo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:B3AçõesFundos de investimentoPrivate equity

Mais de Mercados

Depois de Nvidia, Intel agora sonda Apple para parceria, diz agência

Assaí aciona Justiça para se proteger de dívidas tributárias do GPA

Oracle prevê levantar US$ 15 bilhões com emissão de títulos corporativos

Ibovespa fecha em ligeira alta e garante novo recorde de fechamento