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Riachuelo vê lucro crescer 63% no 3º tri, mas frio impactou vendas

Guararapes teve nono trimestre consecutivo de lucro. CEO falou à EXAME explica que inverno prolongado impactou vendas da coleção de verão

Guararapes: inverno prolongado pegou dona da Riachuelo de surpresa (Riachuelo/Divulgação)

Guararapes: inverno prolongado pegou dona da Riachuelo de surpresa (Riachuelo/Divulgação)

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 20h10.

O grupo Guararapes, dono das Lojas Riachuelo, repetiu o desempenho positivo dos trimestres recentes e renovou o maior lucro líquido da sua história no terceiro trimestre de 2025. O valor de R$ 74 milhões, divulgado em balanço nesta quarta-feira, 5, representa uma alta de 63% ante o mesmo período do ano passado.

O bom desempenho do grupo é atribuído ao foco e disciplina em seu core businessmoda e serviços financeiros.

De acordo com o CEO da Riachuelo, André Farber, a empresa tem priorizado a integração e eficiência da cadeia de moda, concentrando a produção na fábrica local, em Natal, e em sua "jornada da transformação", incluindo o uso de tecnologia e inteligência artificial.

"Quando você vai somando tudo isso, são muitas alavancas diferentes que representam essa transformação. Agora a gente tem uma estrutura de capital muito mais leve, com menos utilização de capital de giro, com menos dívida, e como somatória de tudo isso temos um lucro recorde, que é R$ 74 milhões", disse Farber à EXAME.

O resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação, (o Ebitda, na sigla em inglês), consolidado ajustado, somou R$ 402 milhões, alta de 14,8% em comparação com os meses de julho, agosto e setembro de 2024.

Segundo a companhia que reúne também as marcas Carter's, FANLAB, Midway Financeira e o Midway Mall, a "forte perfomance operacional tanto no varejo quanto na operação financeira" resultou ainda na "melhor margem Ebitda da série histórica para um terceiro trimestre" e o oitavo avanço consecutivo.

A margem Ebitda foi de 16,4%, aumento de 1,2 ponto percentual (p.p). ante o mesmo período do ano passado.

Tempo 'esfriou' resultado ainda melhor

Pelo 9° trimestre consecutivo, a Guararapes também registrou expansão no indicador de vendas em mesmas lojas, que considera aquelas com 1 ano ou mais de operação, para a categoria de vestuário. O crescimento foi de 7,3%.

Segundo o CEO do grupo, o desempenho mostra a boa aceitação das coleções, mas o resultado poderia ter sido ainda melhor não fosse o inverno mais longo e frio do que o previsto.

"Foi um inverno muito prolongado, e a gente não se planejou para isso. Faltou produto de inverno, o que também acabou reduzindo as vendas de verão, que estavam planejadas. Poderíamos ter crescido ainda mais se as temperaturas tivessem seguido o padrão dos últimos anos", disse.

O executivo acrescentou que a principal lição do período é a necessidade de tornar a cadeia de produção mais ágil e reativa. "Não há como prever o tempo em julho do ano que vem, mas podemos fortalecer nossa cadeia para responder mais rápido e com mais assertividade”, completou.

Ainda assim, a margem bruta de vestuário fechou setembro com alta de 57,3%, avanço de 2,5 ponto percentual sobre o mesmo trimestre de 2024. Assim como o Ebitda ajustado de mercadoria, que somou R$ 256,3 milhões, recorde para um 3° trimestre e de crescimento de 19,2% na mesma base de comparação. A margem Ebtida de Mercadorias encerrou em 14,2% (+1,6 p.p), a melhor da série histórica para o período.

A instituição financeira do grupo, Midway Financeira, reportou um Ebitda de R$119 milhões entre julho e setembro, aumento de 6,5% ante o terceiro trimestre do ano passado.

A receita líquida consolidada do grupo somou R$2,45 bilhões, crescimento de 6.6% há um ano.

Já a dívida líquida da companhia teve ligeira queda de R$ 869,7 milhões, no terceiro trimestre de 2024, para R$839,3 milhões, em setembro, fazendo com que a alavancagem, medida pela relação da dívida líquida sobre Ebitda, ficasse em 0,5 vez, ante o patamar anterior de 0,6 vez.

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