Invest

Hapvida fecha em baixa de 42% e perde R$ 6,8 bi em valor de mercado

Mercado reagiu ao balanço da companhia no terceiro trimestre de 2025, que trouxe sinistralidade acima do esperado e queda acentuada de Ebitda

Hapvida: ação chegou à casa dos R$ 16 nesta quinta-feira, 13 (Hapvida/Divulgação)

Hapvida: ação chegou à casa dos R$ 16 nesta quinta-feira, 13 (Hapvida/Divulgação)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 19h34.

A ação da Hapvida (HAPV3) já passou por quedas fortes na bolsa brasileira, mas nunca na magnitude desta quinta-feira, 13. O papel fechou em baixa de 42,1%, a R$ 18,89. Na mínima do dia, o papel chegou a valer R$ 16,75. Assim, a companhia perdeu R$ 6,8 bilhões em valor de mercado só hoje, mostra cálculo feito por Einar Rivero, da Elos Ayta.

O dia foi pesado no mercado acionário brasileiro e no exterior, onde as bolsas também despencaram, mas a queda de Hapvida na bolsa não teve a ver com macroeconomia. Foi reflexo do balanço da empresa no terceiro trimestre.

Olhando para o resultado ajustado, que exclui efeitos não recorrentes, a Hapvida ainda apresentou crescimento de lucro. Mas incluindo os chamados "one-offs" na conta, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 57 milhões. A linha final do balanço não é tão ruim quanto a de um ano atrás, quando o prejuízo líquido ficou em R$ 71,3 milhões. O problema, na visão do mercado, é que esses efeitos não recorrentes estão ganhando recorrência no balanço da Hapvida. 

É o que o BTG Pactual (do mesmo controle de EXAME) classificou como "um balanço ainda muito poluído, com muitos 'one-offs' positivos e negativos que continuam a sinalizar tempos de volatilidade".

O banco destacou a queda de 17% no Ebitda (o lucro das operações da companhia antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) em relação ao segundo trimestre e o índice de sinistralidade da companhia, que cresceu acima do esperado.

O resultado foi tão inesperado para o banco, que o BTG cortou as projeções para a Hapvida nos próximos anos. Os bancos americanos JP Morgan e Bank of America reduziram a recomendação de HAPV3 após a divulgação do balanço e outras casas reduziram seu preço-alvo.

O discurso da Hapvida sobre o próprio balanço teve um tom totalmente diferente. A companhia disse que o resultado refletiu solidez operacional, foco em eficiência e avanço de pilares estratégicos. Justificou o aumento da sinistralidade pela sazonalidade do período e expansão acelerada da rede própria.

Este ano, a companhia investiu pesado em verticalização, com inauguração e ampliação de 7 hospitais e 25 unidades ambulatoriais.

"A companhia pretende manter o ritmo de investimentos em rede própria, inovação e pesquisa, equilibrando expansão e eficiência financeira", afirma publicação da empresa.

Acompanhe tudo sobre:HapvidaBalançosSaúde

Mais de Invest

Lucro do Nubank sobe 41% no trimestre, para US$ 782,5 milhões

Ibovespa acompanha exterior e fecha em queda; dólar vai a R$ 5,29

Petrobras considera reduzir plano de investimentos, diz agência

Hapvida (HAPV3) perde mais de R$ 7 bi em valor de mercado após balanço