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Heineken sobe preços no Brasil. É um divisor de águas para as ações da Ambev?

Decisão acontece depois mais de um ano sem ajustes; ações da Ambev sobem quase 2%, entre as maiores altas do Ibovespa

A Heineken decidiu aumentar em 6% o preço de suas cervejas a partir de julho (Heineken/Divulgação)

A Heineken decidiu aumentar em 6% o preço de suas cervejas a partir de julho (Heineken/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 16 de julho de 2025 às 14h04.

Última atualização em 16 de julho de 2025 às 14h25.

A Heineken decidiu aumentar em 6% o preço de suas cervejas a partir de julho. A decisão, noticiada pelo colunista Lauro Jardim, acontece após mais de um ano sem ajustes e já faz preço nas ações da brasileira Ambev (ABEV3) no Ibovespa. Por volta das 13h30, os papéis da brasileira subiam 1,8%, liderando as altas do principal índice da B3 — que, no mesmo momento, caía 0,5%.

O movimento ocorre após o aumento de preços da Ambev ocorrido no início deste ano, após o Carnaval. A dúvida que fica é se isso de fato representa uma mudança nas dinâmicas competitivas e um divisor de águas para as ações da brasileira — algo que os analistas do Bradesco BBI, pelo menos por enquanto, acreditam não ser o caso.

Eles ponderam que a Heineken nunca foi o player mais agressivo em termos de preços e quer crescer em volume e conquistar mais mercado. Justamente por isso está cada vez mais focada em competir com a Ambev no segmento mainstream.

"A decisão de aumentar os preços agora também pode refletir ganhos recentes de participação de mercado, particularmente após a movimentação da Ambev, o que ajuda a sustentar as ambições de crescimento de volume. Além disso, o fato de a Heineken esperar o líder de mercado agir — revertendo uma tendência de vários anos — fortalece essa visão”, dizem os analistas do BBI.

Isso acontece em meio a sinais de desaceleração da indústria cervejeira no Brasil, com ventos limitados de ajuda das operações internacionais da Ambev.

“No fim das contas, isso sinaliza um ambiente de precificação mais racional para a cerveja no Brasil, pelo menos no curto prazo”, afirmaram. Para os especialistas, os papéis de Ambev dependem da capacidade da cervejaria de continuar recuperando margens, “o que depende de uma entrega equilibrada de preços e volumes, algo que ainda não vimos”.

Mesmo com uma margem Ebitda consolidada estável em 2025 na visão do banco, os analistas projetam as ações de Ambev sendo negociada a cerca de 14,5x P/E, sendo mais atraente apenas caso a confiança no crescimento do lucro retornasse. Por isso, a classificação do banco para a ação é neutra.

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