H&M: lucro acima do previsto anima mercado, mas tarifas nos EUA preocupam (Leandro Fonseca/Exame)
Redatora
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 10h12.
As ações da varejista sueca H&M chegaram a subir 10% nesta quinta-feira, 25, atingindo o maior nível em 11 meses, após a divulgação de um lucro acima do esperado no terceiro trimestre, segundo informações da Reuters. Por volta das 9h15 (horário de Brasília), os papéis avançavam 8,62% na bolsa de Estocolmo.
Entre junho e agosto, o lucro operacional da rede de moda cresceu 40%, para 4,91 bilhões de coroas suecas (R$ 2,77 bilhões), superando as estimativas de analistas consultados pela LSEG, que projetavam lucro de 3,68 bilhões de coroas (R$ 2 bilhões). No mesmo período do ano passado, o resultado havia sido de 3,51 bilhões (R$ 1,98 bilhão).
O desempenho foi impulsionado por uma combinação de mix de produtos mais forte e controle de custos mais rígido, informou a companhia.
Após dois trimestres consecutivos de queda, os números vieram como sinal de recuperação para a segunda maior varejista de roupas listada em bolsa no mundo, atrás apenas da espanhola Inditex, dona da Zara.
Daniel Erver, CEO da H&M desde janeiro de 2024, tem buscado reposicionar a marca com coleções mais modernas e campanhas estreladas por celebridades como Charli XCX e Tyla. “Estamos dando mais um passo na direção certa”, afirmou ele nesta quinta-feira, 25.
Em entrevista à Reuters, Erver alertou que as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos podem pressionar as margens no quarto trimestre e reduzir a confiança dos consumidores. “Somos cautelosos em relação aos EUA entrando no quarto trimestre, tanto pelo impacto das tarifas na margem bruta quanto pelo sentimento do consumidor”, disse.
Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da rede, atrás apenas da Alemanha, respondendo por 13% das vendas do grupo em 2024.
A H&M informou que pretende adotar uma abordagem “prudente” nos reajustes, mantendo os preços de entrada para itens sensíveis, como roupas infantis e peças básicas, enquanto avalia aumentos em categorias específicas.
Outro ponto positivo para os analistas foi a queda de 9% nos estoques, reflexo de um maior volume de compras realizadas em plena temporada e a preços cheios, reduzindo a necessidade de liquidações. Ainda assim, a empresa prevê aumento nos descontos no quarto trimestre, em parte porque a Black Friday ocorrerá um dia antes neste ano.
As vendas em moeda corrente caíram para 57 bilhões de coroas (R$ 32,15 bilhões) no trimestre, ante 59 bilhões (R$ 33,28 bi) no ano anterior, mas superaram a expectativa de 56,8 bilhões (R$ 32,04 bi). Para setembro, a H&M projeta vendas estáveis em moeda local frente ao patamar elevado do mesmo mês em 2024.