Redatora
Publicado em 6 de junho de 2025 às 10h37.
Última atualização em 6 de junho de 2025 às 17h28.
O Ibovespa fechou esta sexta-feira-feira, 6, em queda, de olho em dados da inflação doméstica. Os números, que vieram abaixo do esperado pelo mercado, deram suporte à tese do fim do ciclo de aperto das taxas de juros, mas não foram o suficiente para sustentar a bolsa no azul. Também foi destaque no dia os dados do payroll, nos Estados Unidos.
O dólar recuou, caindo 0,38% a R$ 5,566, na linha da forte queda na sessão de ontem. Com o movimento, a moeda americana fechou no menor patamar desde 7 de outubro de 2024.
Indicadores divulgados na manhã desta sexta-feira, 6, trouxeram novos sinais da atividade econômica no Brasil e nos Estados Unidos. O IGP-DI teve deflação de 0,85% em maio, segundo a FGV, abaixo da expectativa do mercado (-0,61%). Em 12 meses, o índice acumula alta de 6,27%. Em maio de 2024, o indicador havia subido 0,87%.
Nos Estados Unidos, o payroll de maio apontou a criação de 139 mil vagas, acima da projeção de 125 mil.
A taxa de desemprego ficou em 4,2% e os salários subiram 0,4% no mês e 3,9% em 12 meses. O setor público cortou 22 mil postos, enquanto saúde, lazer e assistência social puxaram as contratações. O dado pode reduzir as apostas em cortes de juros pelo Fed já em julho.
Além disso, a relação entre EUA e China ganhou destaque após uma ligação de 90 minutos entre Donald Trump e Xi Jinping, na quinta-feira. Segundo o presidente americano, o contato foi “muito bom” e focou quase inteiramente em comércio, com acordo para que autoridades dos dois países se encontrem em breve para avançar nas negociações para encerrar a guerra comercial.
Enquanto isso, um conflito entre Trump e Elon Musk teve repercussão no mercado. O embate começou com críticas públicas de Musk ao projeto de gastos de Trump e escalou para ameaças do presidente de cortar bilhões em contratos governamentais para as empresas de Musk. Em resposta, Musk afirmou que Trump não teria vencido um segundo mandato sem seu apoio.
Como resultado, a Tesla perdeu quase US$ 150 bilhões em capitalização na quinta-feira, 5, a maior queda já registrada pela empresa. No entanto, as ações se recuperaram e subiram 5,14% na sessão.
Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão sem direção única. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,5%, enquanto o Topix avançou 0,47%. O CSI 300, na China, fechou estável, e o índice de Hong Kong caiu 0,5%.
Na Austrália, houve recuo de 0,3%, enquanto na Índia, o Nifty 50 se destacou com alta de quase 1%, após o banco central surpreender com um corte na taxa básica de juros para 5,5%. Os mercados da Coreia do Sul ficaram fechados por conta de um feriado local.
Na Europa, os índices fecharam sem direção única. O Stoxx 600 subiu 0,32%, o FTSE 100 avançou 0,21%, enquanto o DAX recuou 0,15% e o CAC 40 registrou alta de 0,19%.
O setor automotivo europeu seguia pressionado pelos efeitos da forte queda da Tesla na véspera. As ações da Volkswagen caíam 0,69%, as da BMW recuavam 0,16% e as da Stellantis tinham leve alta de 0,09%.
Nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em forte alta após a divulgação do payroll. O Dow Jones subiu 1,05%, o Nasdaq ganhou 1,06% e o S&P 500 avançou 1,03%.