Redação Exame
Publicado em 8 de julho de 2025 às 17h29.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 17h32.
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, 8. O índice recuou 0,13% aos 139.302 pontos. As ações de maior peso da bolsa terminaram o dia no terreno positivo, impedindo uma queda mais expressiva do índice. A VALE3 subiu 0,35% enquanto PETR3 e PETR4 avançaram 2,52% e 1,34%.
Os investidores estão cautelosos desde ontem e acompanham o desdobramento da nova rodada de tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Nos Estados Unidos, os índices terminaram o dia majoritariamente no campo negativo. O Dow Jones recuou 0,37%, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,03% e o S&P 500 desvalorizou 0,07%.
Os investidores acompanharam os desdobramentos das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializou alíquotas a 14 países até o momento, sendo eles:
Além disso, Trump enviou cartas com “ofertas finais” a outros países, estabelecendo o dia 1º de agosto como prazo para adesão e prometendo dobrar as tarifas em caso de retaliação.
Em tom mais agressivo, o republicano voltou a mirar o grupo dos Brics e ameaçou sobretaxar em 10% governos que, segundo ele, adotam “políticas antiamericanas” — com uma crítica indireta ao Brasil ao comentar o que chamou de “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesta terça-feira, 8, Trump anunciou planos para impor tarifas a setores específicos, como os de medicamentos, semicondutores e metais. Dentro desse pacote, está prevista uma tarifa de 50% sobre o cobre. A declaração foi feita à jornalistas durante uma reunião de gabinete.
Trump ainda afirmou que as empresas farmacêuticas terão pelo menos um ano para transferir suas operações para os Estados Unidos antes que as tarifas sobre medicamentos importados entrem em vigor — podendo chegar a até 200%.
Nesta terça-feira, 8, os indicadores divulgados no Brasil mostraram um cenário de desaceleração econômica. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de julho subiu 0,13%, ante 0,16% no encerramento de junho, acumulando alta de 3,81% em 12 meses. Segundo a FGV, a desaceleração foi puxada por recuos nos grupos de transportes, vestuário, comunicação e habitação, enquanto saúde, educação e despesas diversas registraram maior pressão de alta.
Já as vendas do varejo, divulgadas pelo IBGE nesta manhã, caíram 0,2% em maio frente a abril, marcando o segundo mês consecutivo de retração, num resultado abaixo das expectativas e o pior maio desde 2023. Na comparação anual, houve crescimento de 2,1%, com destaque positivo para os segmentos de equipamentos de informática, móveis e eletrodomésticos, e supermercados. O varejo ampliado cresceu 0,3%, mas ainda opera abaixo do pico histórico registrado em março deste ano.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de um evento da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE) e o Instituto Unidos Brasil. Durante sua participação, Galípolo apontou que certos mecanismos de subsídios cruzados parecem afetar o funcionamento da política monetária.
Um exemplo citado por ele foi o crédito rotativo utilizado pelas famílias. Por ter juros muito superiores à Selic, essa linha de crédito tende a reagir pouco às variações da taxa básica.
Pela tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prestou esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
De olho nos indicadores, às 22h30 (horário de Brasília), saem na China os dados de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) de junho.
Na Ásia, os índices reagiram com volatilidade. O Nikkei 225 fechou em alta de 0,26% em Tóquio, enquanto o Topix subiu 0,17%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 1,81% e o Kosdaq, 0,74%. O CSI 300, da China continental, subiu 0,84% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve ganho de 1,09%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 encerrou o dia estável, após o banco central manter os juros em 3,85%, contrariando expectativas de alta.
Na Europa, as bolsas fecharam em alta, com investidores monitorando as incertezas comerciais e as negociações entre EUA e União Europeia. O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,33%, enquanto o DAX, da Alemanha, avançou 0,55%. O FTSE 100, do Reino Unido, subiu 0,54%, e o CAC 40, da França, registrou alta de 0,56%.