Bolsa funciona normalmente nesta quarta-feira de feriado na capital paulista (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de negócios e finanças
Publicado em 9 de julho de 2025 às 17h18.
Última atualização em 9 de julho de 2025 às 17h20.
Na falta de indicadores macroeconômicos internos relevantes nesta quarta-feira, 9, os investidores acompanham as movimentações no exterior, de onde vieram novidades sobre o "tarifaço" de Donald Trump. O presidente americano anunciou o aumento de impostos de importação para mais seis países, incluindo Líbia e Filipinas. E durante uma coletiva de imprensa, após um almoço multilateral com líderes africanos, Trump afirmou que o Brasil vai receber "uma carta com um número" entre hoje e amanhã.
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, chegou à mínima do dia durante a fala do republicano e acabou fechando em baixa de 1,31%, aos 137.480 pontos.
As ações de maior peso na Bolsa (blue chips) caem em bloco. PETR3 recuou 1,45% e VALE3, 0,99%. O Itaú (ITUB4) teve queda mais intensa, de 2,18%. Na ponta oposta, as ações da Braskem (BRKM5) lideraram as altas do índice, subindo 9%, mas sem peso suficiente para fazer o Ibovespa virar.
O dólar comercial, por outro lado, ganhou força e voltou ao patamar de R$ 5,50 após as falas de Trump ao longo da tarde. A moeda americana fechou com alta 1,06%, a R$ 5,503.
As Bolsas americanas, por outro lado operaram em alta, com ganhos moderados e mudaram pouco os ponteiros após a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. O documento mostra um colegiado dividido, de visões que defendem um início imediato do ciclo de corte de juros até os que acreditam ser mais prudente mantar as taxas inalteradas até o ano que vem. Alguns bancos, como o Goldman Sachs, acreditam que o ciclo de alívio pode começar sim, mais cedo.
O Fed vem enfrentando uma dura pressão do governo americano para iniciar seu ciclo de alívio. Ao ponto do presidente Donald Trump atacar diretamente o chairman Jerome Powell com ofensas e ameaçar demití-lo.
Dow Jones subiu 0,49%, enquanto o S&P 500 fechou em alta de 0,61% e a Nadasq, em alta de 0,94%. Ações de tecnologia voltam a subir de preço nesta quarta-feira, com destaque para a Nvidia, que atingiu a marca inédita para uma empresa, alcançando os US$ 4 trilhões em valor de mercado.
As Bolsas na Ásia fecharam sem direção única. Os investidores do outro lado do mundo seguem repercutindo as tarifas de importação anunciadas esta semana para países como Japão e Coreia do Sul. Os Estados Unidos deram mais tempo para que os tributos sejam negociados e a nova data limite é 1º de agosto. Trump sinalizou que este será o prazo final.
A China divulgou uma alta de 0,1% no índice de preços ao consumidor em junho, levemente acima do esperado. A inflação ao produtor, por sua vez, registrou uma queda de 3,6%, a maior em dois anos para o período.
O índice Nikkei da Bolsa do Japão fechou em alta de 0,33% e o Kospi, da Coreia do Sul, fecharam em alta de 0,33% e 0,60%, respectivamente. A Bolsa de Shangai, por sua vez, recuou 0,13% e a de Shenzen fechou com uma leve queda de 0,06%.
Ainda na China, na Bolsa de Dalian, o preço do minério de ferro, no principal contrato do mercado futuro avançou 0,68%, a US$ 102,57. Em Singapura, por sua vez, a cotação opera estável com a commodity na casa dos US$ 95.
As Bolsas europeias fecharam no terreno positivo. O índice pan-europeu Stoxx600 subiu 0,78%. Destaque para ações de bancos, que avançam e estão sendo negociadas no maior preço em 17 anos. Algumas ações do setor de defesa também operam em máximas históricas.