Redação Exame
Publicado em 17 de junho de 2025 às 10h24.
Última atualização em 17 de junho de 2025 às 17h25.
O Ibovespa fechou em queda de 0,30% aos 138.840 pontos nesta terça-feira, 17. O desempenho refletiu a cautela dos investidores após a divulgação das vendas no varejo dos Estados Unidos, que vieram mais fracas do que o esperado, e em meio às expectativas pela decisão do Copom, que será divulgada amanhã.
Em Wall Street, os índices também perderam força diante de falas mais duras de Donald Trump em relação ao conflito entre Israel e Irã. O Dow Jones caiu 0,70%, o Nasdaq 100 recuou 0,91% e o S&P 500 cedeu 0,84%.
Os investidores avaliaram o impacto do IBC-Br acima do esperado, que reacendeu as apostas em uma possível alta da Selic na decisão do Copom desta quarta-feira. A precificação de aumento chegou a 60% no fechamento da véspera, refletindo a percepção de que o Banco Central pode adotar uma postura mais dura diante da resiliência da atividade.
Além disso, o ambiente político segue no foco. Após sofrer uma derrota na Câmara com a aprovação da urgência do projeto que pede a derrubada do decreto do IOF, o governo enfrentou hoje mais um teste no Congresso, que se reuniu para análise de vetos presidenciais.
Lá fora, a atenção dos investidores se dividiu entre dados econômicos e a escalada das tensões no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, saíram os dados da produção industrial de maio. O indicador caiu 0,2% no mês passado, de +0,1% (projeção +0,1%, na margem). Na base anual, subiu 0,6%, de +1,5%. Apesar da expectativa de que esses números não alterem a aposta majoritária de juros estáveis na reunião do Federal Reserve de amanhã, eles podem calibrar as projeções sobre a economia americana.
As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 0,9% em maio, na maior retração desde o início do ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 17, pelo Departamento de Comércio.
O resultado veio após uma leve queda revisada de 0,1% em abril e foi puxado principalmente pela redução nas compras de materiais de construção e veículos, refletindo o efeito dos novos tarifas impostas pelo governo Trump. Mesmo excluindo automóveis, as vendas recuaram 0,3%. O gasto em bares e restaurantes, a única categoria de serviços do levantamento, teve o pior desempenho desde o começo de 2023.
O relatório indica que os consumidores, que anteciparam compras de carros e outros bens antes da implementação das tarifas, agora estão reduzindo o ritmo de consumo. Apesar de os impostos não terem pressionado a inflação até o momento, o sentimento econômico segue fragilizado. As incertezas aumentam após Trump afirmar que pode elevar as tarifas sobre automóveis em breve e implementar novas tarifas unilaterais nas próximas semanas.
O pano de fundo geopolítico segue tenso. Ainda ontem à noite, o petróleo voltou a subir após o presidente Donald Trump alertar a população a deixar Teerã, antecipando seu retorno do Canadá. Na madrugada, Israel confirmou ter realizado “extensos ataques” a alvos militares no oeste do Irã, incluindo depósitos de mísseis. A escalada no conflito reacende preocupações no mercado de energia e pressiona os ativos de risco.
No Japão, o Banco Central (BoJ) manteve a taxa de juros em 0,5%, dentro do esperado, mas sinalizou que vai reduzir, a partir do próximo ano fiscal, o ritmo de compra de títulos públicos.
Os mercados internacionais fecharam com resultados mistos nesta terça-feira, 17.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. O Nikkei subiu 0,59%, impulsionado pela decisão do Banco do Japão de manter os juros inalterados. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,12%, enquanto o Kosdaq caiu 0,21%.
Na China, o índice CSI 300 encerrou o dia estável, e o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,34%. A bolsa da Austrália fechou praticamente estável.
Na Europa, as bolsas fecharam em terreno negativo. O DAX caiu 1,12%, o CAC 40 recuou 0,76%, o Stoxx 600 perdeu 0,85% e o FTSE 100 tinha baixa de 0,46%.