Editora do EXAME IN
Publicado em 20 de junho de 2025 às 13h15.
Última atualização em 20 de junho de 2025 às 17h35.
Num dia de ajustes pós-Copom, o Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, 20. O índice recuou 1,15%, aos 137.115 pontos.
Após uma quinta-feira de pregões fechados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos por conta de feriados, os mercados reagiram à postura mais dura que o esperado do Banco Central, que elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%.
Mais do que a alta, que já estava no radar, apesar de não ser consenso, o que chamou atenção dos investidores foi o tom mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que deixou afirmou que a taxa de juros deve permanecer neste patamar por um período "muito prolongado", fechando a porta para cortes antes do fim deste ano.
O mercado internacional ficou na defensiva depois da declaração de Donald Trump, de que vai aguardar até duas semanas para tomar uma decisão sobre a entrada ou não dos EUA no conflito entre Israel e Irã, e a falta de medidas concretas na reunião realizada hoje em Genebra entre diplomatas europeus e iranianos. Este cenário levou a alta do dólar de 0,44%, cotado a R$ 5,5249 e queda de alguns dos principais índices de Wall Street. O S&P 500 recuou 0,22%, o Nasdaq caiu 0,51% e o Dow Jones subiu 0,08%.
O UBS BB chamou atenção para a inclusão da palavra “muito” no trecho em que o BC fala sobre a manutenção da Selic por um período prolongado, uma mudança sutil, mas significativa na sinalização da autoridade monetária.
A interpretação do banco é que o primeiro corte de juros só deve ocorrer em abril de 2026, com chance limitada de antecipação para março.
O BofA, por sua vez, vê espaço para um primeiro corte já em dezembro, mas também reconhece que o ciclo de afrouxamento será lento e dependente dos dados.
A expectativa é que o mercado dê a resposta padrão a uma postura dura de política monetária: perda de inclinação da curva de juros, quedas das inflações implícitas da NTN-B — e valorização do real. O UBS já vê a moeda brasileira, que fechou a quarta-feira, 18, a R$ 5,50, a R$ 5,20.
Os preços do petróleo, que chegaram a bater a máxima em seis meses, e fecharam próximos de US$ 79 por barril na quinta-feira, viraram para a direção oposta. Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o Brent perdeu 2,00%, cotado a US$ 77,27.
Na Europa, o Stoxx 600 reduziu ganhos e fechou com ligeira alta, de 0,10%. Hoje, representantes iranianos se reúnem com líderes europeus em Genebra.