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Ibovespa fecha em queda; dólar sobe 0,44% em meio a guerra entre Israel e Irã

O mercado ficou na defensiva com a falta de medidas concretas na reunião de Genebra e a indecisão de Donald Trump de entrar na guerra

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 20 de junho de 2025 às 13h15.

Última atualização em 20 de junho de 2025 às 17h35.

Num dia de ajustes pós-Copom, o Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, 20. O índice recuou 1,15%, aos 137.115 pontos.

Após uma quinta-feira de pregões fechados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos por conta de feriados, os mercados reagiram à postura mais dura que o esperado do Banco Central, que elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%.

Mais do que a alta, que já estava no radar, apesar de não ser consenso, o que chamou atenção dos investidores foi o tom mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que deixou afirmou que a taxa de juros deve permanecer neste patamar por um período "muito prolongado", fechando a porta para cortes antes do fim deste ano.

O mercado internacional ficou na defensiva depois da declaração de Donald Trump, de que vai aguardar até duas semanas para tomar uma decisão sobre a entrada ou não dos EUA no conflito entre Israel e Irã, e a falta de medidas concretas na reunião realizada hoje em Genebra entre diplomatas europeus e iranianos. Este cenário levou a alta do dólar de 0,44%, cotado a R$ 5,5249 e queda de alguns dos principais índices de Wall Street. O S&P 500 recuou 0,22%, o Nasdaq caiu 0,51% e o Dow Jones subiu 0,08%.

Ibovespa hoje

  • Ibovespa: -1,15%, a 137.115 pontos
  • Dólar hoje: +0,44%, a R$ 5,5249

Selic reforça tendência de baixa do dólar

O UBS BB chamou atenção para a inclusão da palavra “muito” no trecho em que o BC fala sobre a manutenção da Selic por um período prolongado, uma mudança sutil, mas significativa na sinalização da autoridade monetária.

A interpretação do banco é que o primeiro corte de juros só deve ocorrer em abril de 2026, com chance limitada de antecipação para março.

O BofA, por sua vez, vê espaço para um primeiro corte já em dezembro, mas também reconhece que o ciclo de afrouxamento será lento e dependente dos dados.

A expectativa é que o mercado dê a resposta padrão a uma postura dura de política monetária: perda de inclinação da curva de juros, quedas das inflações implícitas da NTN-B — e valorização do real. O UBS já vê a moeda brasileira, que fechou a quarta-feira, 18, a R$ 5,50, a R$ 5,20.

Mercados internacionais

Os preços do petróleo, que chegaram a bater a máxima em seis meses, e fecharam próximos de US$ 79 por barril na quinta-feira, viraram para a direção oposta. Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o Brent perdeu 2,00%, cotado a US$ 77,27.

Na Europa, o Stoxx 600 reduziu ganhos e fechou com ligeira alta, de 0,10%. Hoje, representantes iranianos se reúnem com líderes europeus em Genebra.

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