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Ibovespa fecha em queda mantendo cautela com impactos do tarifaço

O recuo ocorre após a forte alta da véspera, quando o índice reagiu com alívio ao “tarifaço moderado” do governo americano

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 31 de julho de 2025 às 12h40.

Última atualização em 31 de julho de 2025 às 17h34.

O Ibovespa fecha em queda nesta quinta-feira, 31, recuando 0,69%, aos 133.071 pontos. O movimento reflete a cautela com os impactos das tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros com algumas exceções para setores estratégicos.

Os índices dos EUA terminaram o dia no vermelho diante da divulgação do aumento de inflação no país acima do esperado. O Nasdaq 100 perdeu 0,03%, o S&P 500 recuou 0,37% e o Dow Jones caiu 0,74%.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,69%, aos 133.071 pontos
  • Dólar hoje: +0,21%, a R$ 5,6008

Indicadores econômicos

Os mercados reagem aos dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos, indicador preferido do Federal Reserve para medir a inflação. O núcleo do PCE subiu 0,3% em junho, acumulando alta de 2,8% em 12 meses, acima das projeções de 2,7%. O número reforça a cautela do Fed e pode adiar cortes de juros.

Outro destaque nos Estados Unidos foi o índice de custo do emprego (ECI), que subiu 0,9% no segundo trimestre. Apesar do avanço nos salários, o ritmo anual de 3,6% é o menor desde 2021, o que ajuda a conter as pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho.

Também nos EUA, os pedidos semanais de auxílio-desemprego ficaram em 218 mil, praticamente estáveis, enquanto na Alemanha a inflação ao consumidor caiu para 1,8% em julho, abaixo das expectativas e reforçando sinais de alívio nos preços da maior economia da Europa.

No Brasil, a taxa de desemprego recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho, segundo dados da Pnad Contínua divulgada pelo IBGE. É o menor nível desde o início da série histórica, em 2012. A população ocupada chegou a 102,3 milhões de pessoas, com recorde no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado.

No radar hoje

Os investidores também acompanharam os balanços de gigantes da tecnologia como Microsoft e Meta, e aguardam alguns resultados trimestrais após o fechamento do pregão, com destaque para Apple, Amazon e a mineradora brasileira Vale.

Nos Estados Unidos, pela manhã, saiu o PMI de Chicago referente a julho, índice que mede a atividade econômica na região do Meio-Oeste americano e inclui tanto indústria quanto serviços.  O índice aumentou para 47,10 pontos em julho, de 40,40 pontos em junho e ante o consenso de 42.

No fim do dia, Japão e China divulgam seus PMIs industriais, às 21h30 e 22h45, respectivamente.

No Brasil, também chama atenção a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin no programa de Ana Maria Braga, em meio à tentativa do governo de conter os impactos das tarifas americanas.

A temporada de balanços segue movimentada. Após o fechamento, saem os resultados de Apple, Amazon, CSN, CSN Mineração, Gerdau, Marcopolo e Vale.

'Super quarta'

O Federal Reserve decidiu manter os juros americanos entre 4,25% e 4,50% pela quinta reunião consecutiva. O presidente do Fed, Jerome Powell, evitou sinalizar cortes no curto prazo, indicando que a política seguirá dependente dos dados.

No Brasil, o Copom também manteve a Selic em 15% ao ano, sinalizando que a taxa deve permanecer nesse nível por um “período bastante prolongado”. O comunicado destacou preocupações com o ambiente externo, especialmente com a política econômica dos EUA sob Trump, e citou a elevação do IOF como fator de pressão sobre as empresas.

Balanços

No front corporativo, os resultados das big techs animaram os investidores. A Meta superou projeções com lucro de US$ 7,14 por ação, receita de US$ 47,5 bilhões no segundo trimestre e projeções otimistas para o restante do ano. Já a Microsoft reportou lucro líquido de US$ 27,2 bilhões no trimestre e receita de US$ 76,4 bilhões, puxada pelo salto de 39% no faturamento do Azure. Ambas anunciaram aumento de investimentos em inteligência artificial.

No setor financeiro, os balanços de Santander e Bradesco também movimentaram o mercado. O Santander lucrou R$ 3,7 bilhões, abaixo do consenso, e apontou os efeitos negativos do aumento do IOF sobre operações com empresas.

O Bradesco superou as expectativas, com lucro de R$ 6,1 bilhões e revisão positiva nas projeções de receitas com serviços e seguros. O banco também destacou estabilidade na inadimplência e avanço na carteira de crédito.

Mercados internacionais

Os principais índices da Ásia fecharam em queda nesta sexta-feira, 31, após o Banco do Japão manter os juros em 0,5%. O Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,51%, o CSI 300, da China, caiu 1,82% e o Kospi, da Coreia do Sul, teve baixa de 0,28%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 cedeu 0,16%.

As bolsas europeias fecharam em queda, de olho em resultados corporativos relevantes de empresas como Shell e Unilever. O Stoxx 600 recuou 0,71%, o FTSE 100 fechou estável, o DAX desvalorizou 0,82% e o CAC 40 teve baixa de 1,14%.

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