O Ibovespa voltou a perder força e encerrou com queda de 0,30%, aos 156.522 pontos (NurPhoto/Getty Images)
Repórter
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 18h35.
Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 18h41.
O Ibovespa fechou em baixa pelo segundo dia seguido nesta terça-feira, 18, pressionado pela aversão global ao risco. Após passar grande parte da sessão no negativo e até ensaiar uma leve alta no meio da tarde, o índice voltou a perder força e encerrou com queda de 0,30%, aos 156.522 pontos.
A cautela do mercado reflete as incertezas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e a expectativa pela retomada dos indicadores econômicos após o maior shutdown da história do país, incluindo dados do mercado de trabalho e sinais dos dirigentes do Federal Reserve (Fed).
Na véspera, o Ibovespa já havia recuado 0,47%, voltando a fechar abaixo dos 157 mil pontos pela primeira vez desde 10 de novembro.
As perdas, contudo, foram ainda maiores entre os principais índices das bolsas de Nova York. O Dow Jones cedeu 1,07% e o S&P 500 perdeu 0,83%. A queda foi ainda maior no Nasdaq, com recuo de 1,21%.
Assim como na sessão passada, os investidores de Wall Street seguem vendendo ações de empresas de tecnologia por causa da preocupação de que esses papéis possam estar caros demais, especialmente os ligados à inteligência artificial.
A cautela também aumenta porque o mercado espera o balanço da Nvidia, hoje a empresa mais valiosa do mundo. O resultado financeiro do 3° trimestre será divulgado nesta quarta-feira, 19, após o fechamento da Bolsa, e deve dar um sinal importante sobre a real situação do setor.
"O mercado está bem atento à possível divulgação de um balanço fraco pela Nvidia amanhã e na quinta-feira, 20, o mercado vai estar fechado [no Brasil, por conta do feriado]. E nós temos alguns indicadores importantes [dos EUA na quinta], então o mercado segue em compasso de espera, o que faz com que os investidores não tomem nenhuma posição", diz Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora.
"A bolsa brasileira cai muito mais por fatores globais do que por fatores domésticos hoje. Há um movimento global de aversão ao risco, com investidores lá fora receosos quanto aos valuations das empresas de tecnologia, e com grandes expectativas em relação aos resultados de Nvidia, que saem amanhã, tendo como panorama de fundo macro as incertezas quanto à próxima reunião do Fed", afirma Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos.
No caso do Ibovespa, as ações do setor bancário também pressionaram o índice pela segunda sessão consecutiva.
Os papéis preferenciais, com prioridade no recebimento de dividendos, do Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) recuaram 1,19% e 0,50%, respectivamente. As ordinárias, com direito a voto, do Banco do Brasil (BBAS3), cederam 2,76%.
As units do Santander (SANB11) também caíram 0,21%, acompanhado pelas do BTG (BPAC11), que cederam 1,11%.
Além das bolsas brasileira e americanas, as asiáticas também despencaram para mínimas de um mês nesta terça em meio a renovadas preocupações com as altas avaliações das empresas de tecnologia e às vésperas do balanço da Nvidia.
O índice Nikkei, do Japão, caiu 3,2%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, cedeu 3,3%. O Hang Seng, de Hong Kong, também fechou em queda de 1,7%, assim como os índices da China Continental: Xangai Composto caiu 0,8%, e o Shenzhen encerrou com baixa de 1,0%.
A queda foi acompanhada pelos principais índices de ações da Europa. O Stoxx 600 teve queda de 1,76% com o setor bancário e de tecnologia puxando as perdas. Já o FTSE 100, de Londres, caiu 1,27%, e o DAX, da Alemanha, cedeu 1,74%. O CAC 40, da França, recuou 1,86%, aos 7.967,93 pontos.