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Ibovespa tem menor pontuação de fechamento em duas semanas e cai 2% na semana

O principal índice acionário da B3 caiu 0,39%, aos 154.770 pontos, o patamar mais baixo desde o dia 7 de novembro

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 18h46.

O Ibovespa fechou em queda as negociações desta sexta-feira, 21, pós-feriado nacional do Dia da Consciência Negra. O principal índice acionário da B3 caiu 0,39%, aos 154.770 pontos, o patamar mais baixo desde o dia 7 de novembro, quando a Bolsa brasileira bateu os 154 mil pontos pela primeira vez. Na mínima intraday, o Ibovespa chegou a tocar os 153.570 pontos.

A bolsa brasilera foi pressionada pela queda do petróleo no exterior, que afetou as ações da Petrobras, de peso no índice. Os papéis ordinários e preferenciais da petrolífera (PETR3 e PETR4) registraram queda de 0,95% e 0,94%, respectivamente.

Uma parte do setor bancário também repetiu o desempenho negativo dos últimos dois pregões. Os grandes bancos Santander, BTG e Bradesco recuaram, enquanto Banco do Brasil e Itaú conseguiram reverter as perdas e fecharam em alta.

Nem mesmo a retirada da tarifa extra de 40% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros amenizou a continuidade da cautela e aversão ao risco no mercado brasileiro.

"A notícia é sim positiva, mas o pano de fundo macro global fala mais alto no curto prazo", afirma marcelo Boragini, especialista em renda variável na Davos Investimentos.

Segundo o especialista, o mercado está concentrou as atenções nas declarações dos dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, com sinalizações sobre o futuro da política monetária do país.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse nesta sexta que poderia apoiar o corte de taxas mais uma vez em dezembro, mesmo após o payroll de setembro ter vindo mais forte do que o esperado.

O relatório de empregos dos Estados Unidos, divulgado na quinta, 20, reduziu as chances de um novo corte de juros no país e reforçou a aposta pela manutenção da atual taxa.

"O driver principal do mercado continua sendo a incerteza sobre a trajetória de juros nos EUA, o Fed provavelmente, pelo que o mercado vem especificando, não vai cortar os juros agora em dezembro, que era a expectativa do mercado. O mercado também está de olho no risco de correção no setor de tecnologia global, se há ou não uma bolha. Essa é a grande pergunta que o mercado faz", diz Boragini.

Além disso, depois do feriado que fechou as negociações na quinta, o volume de negócios na bolsa costuma ser menor. Quando há menos gente operando, o mercado fica mais "sensível" e os preços podem oscilar mais.

Em meio à cautela e aversão ao risco, o Ibovespa fechou a semana com uma perda de 1,88%.

"A Bolsa acabou acompanhando o mau humor que nós vimos na quinta-feira lá fora nas bolsas, e no dia de hoje ela acabou se descolando um pouco mais por conta questão da Petrobras", afirma Bruna Centeno, economista, sócia e advisor na Blue3 Investimentos.

Bolsas globais fecham em direções opostas

As declarações do presidente de Fed em Nova York impulsionaram o avanço dos principais índices de Nova York, após a queda no dia anterior. O Dow Jones subiu 1,08%, assim como S&P 500, que ganhou 0,98% e o Nasdaq avançou 0,88%.

Já as bolsas da Ásia fecharam em queda. O Nikkei 225, do Japão, caiu 2,4%. O índice Kospi, da Coreia do Sul, registrou perdas de 3,8%, assim como o Hang Seng, de Hong Kong, com queda de 2,4%, e o Xangai Composto com recuo de 2,45%. O índice S&P/ASX 200 da Austrália também caiu 1,6%.

As bolsas europeis fecharam em direções opostas refletindo a continuidade das desconfianças com o setor de tecnologia. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em queda de 0,36%, seguido pelo DAX da Alemanha que caiu 0,80%. O CAC40 de Paris oscilou 0,02%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, encerrou em alta de 0,13%.

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