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Inflação americana, desemprego no Brasil e acordo EUA-China: o que move o mercado

Dados de preços e mercado de trabalho guiam expectativas; Haddad fala à imprensa e STF discute emendas

Publicado em 27 de junho de 2025 às 07h55.

Indicadores econômicos e tensões políticas devem movimentar os mercados nesta sexta-feira, 27, com destaque para a divulgação do índice de inflação PCE nos Estados Unidos e da taxa de desemprego no Brasil.

No Brasil, a sexta começa com a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho, às 8h, que deve reforçar o cenário de desaceleração da inflação, já antecipado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). No mesmo horário, sai o índice de confiança do setor de serviços.

Às 8h30, o Banco Central divulga os dados sobre juros e spread bancário de maio. Já às 9h, serão divulgados os números da Pnad Contínua, que devem apontar nova queda do desemprego, além do relatório da dívida pública federal. Às 14h30, o Tesouro Nacional publica seu relatório mensal.

A cena política segue no radar, após a derrota do governo com a revogação do aumento do IOF. A medida acirrou os ânimos entre Planalto e Congresso, que voltam a se enfrentar nesta sexta em uma audiência pública no STF sobre as regras de execução de emendas parlamentares.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comenta o assunto em entrevista à GloboNews às 14h30, enquanto o presidente Lula participa de cerimônia no Tocantins às 11h30.

Nos Estados Unidos, a principal atenção estará voltada para a divulgação, às 9h30, do índice de preços de gastos com consumo (PCE), indicador preferido do Federal Reserve para monitorar a inflação. A expectativa é de estabilidade, o que pode alimentar novas críticas de Donald Trump ao Fed, caso a taxa básica de juros do país siga inalterada.

Às 11h, será divulgado o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.

Investidores também monitoram discursos de membros do Federal Reserve: John Williams, presidente do Fed de Nova York, fala às 8h30, e Lisa Cook, integrante do Conselho de Governadores do banco central dos EUA, às 10h15.

Além dos indicadores, os mercados seguem repercutindo a fala do presidente Donald Trump na véspera sobre a assinatura de um acordo comercial com a China e os rumores sobre uma eventual substituição antecipada de Jerome Powell na presidência do Fed.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta sexta-feira, 27, em alta, com o índice MSCI para a região (excluindo Japão) atingindo o maior patamar desde novembro de 2021. O movimento refletiu o otimismo em Wall Street na véspera, onde os principais índices renovaram as máximas.

No Japão, o Nikkei 225 avançou 1,43%, fechando no maior nível desde janeiro. A alta foi impulsionada por ações de tecnologia e pela leitura de inflação de Tóquio, que mostrou desaceleração. Já o Kospi, na Coreia do Sul, recuou 0,77%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,17%.

O chinês CSI 300, que reúne as principais ações listadas em Xangai e Shenzhen, teve baixa de 0,61%, mas caminha para fechar a semana com alta de 2,6%, a maior desde novembro. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,43%.

Na Europa, o clima também era positivo. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), o Stoxx 600 subia 0,86%, com destaque para os setores automotivo e de mineração. O CAC 40 (França) avançava 1,30%, o DAX (Alemanha) ganhava 0,77% e o FTSE 100 (Reino Unido) subia 0,56%.

As ações europeias foram impulsionadas pela sinalização da Casa Branca de que os prazos para a retomada de tarifas sobre importações, previstos para 8 e 9 de julho, “não são críticos” e podem ser estendidos.

Nos Estados Unidos, os índices futuros indicavam continuidade do rali. Às 7h50, o S&P 500 subia 0,22%, o Dow Jones avançava 0,24% e o Nasdaq 100 ganhava 0,28%.

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