Morgan Stanley (Mario Tama/Getty Images)
Redatora
Publicado em 16 de julho de 2025 às 07h39.
Nesta quarta-feira, 16, os investidores digerem uma série de indicadores econômicos nos Estados Unidos. No centro das atenções estão os dados de inflação ao produtor (PPI) de junho, a produção industrial americana, a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed) e os discursos de dirigentes do banco central dos EUA.
A agenda também é carregada de balanços corporativos. Antes da abertura em Nova York, três gigantes do setor bancário divulgam seus resultados: Bank of America, Goldman Sachs e Morgan Stanley. Após o fechamento, é a vez de Alcoa e United Airlines.
Ao longo do dia, investidores devem repercutir as falas de Beth Hammack (Fed de Cleveland), às 10h15, Michael Barr (Fed Board), às 11h, e John Williams (Fed de Nova York), às 19h30, o que pode mexer com as expectativas em torno da trajetória de juros nos EUA.
No Brasil, o clima é de apreensão diante do novo capítulo da guerra comercial. Na noite de terça-feira, o presidente Donald Trump voltou a subir o tom contra o país. Depois de minimizar sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Trump ordenou uma investigação sobre supostas práticas comerciais “injustas” por parte do Brasil.
Os mercados locais acompanham os desdobramentos dessa tensão diplomática. Pela manhã, o vice-presidente Geraldo Alckmin participa de reuniões com empresários e representantes da indústria para discutir a resposta brasileira às tarifas. À tarde, ele recebe o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto.
Outro tema que atrai atenção é o impasse em torno da cobrança de IOF em operações internacionais. A reunião entre governo e Congresso, realizada no Supremo Tribunal Federal na véspera, terminou sem acordo. Agora, o ministro Alexandre de Moraes prepara uma decisão sobre o tema.
Por aqui, às 8h, a FGV divulga o IPC-S da segunda quadrissemana de julho. Às 14h30, o Banco Central publica o fluxo cambial semanal. Nos EUA, os estoques de petróleo saem às 11h30.
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente no vermelho. O Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,9%, enquanto o S&P/ASX 200, da Austrália, recuou 0,79%. Na China, o índice CSI 300 perdeu 0,3%, e o Nikkei 225, do Japão, encerrou estável.
As bolsas asiáticas repercutiram o anúncio de um acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e Indonésia, que inclui tarifa de 19% sobre produtos exportados pelo país asiático, além do avanço dos papéis de tecnologia na China após a liberação de exportações de chips dos EUA.
Na Europa, por volta das 7h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 recuava 0,04%, enquanto o francês CAC 40 operava em leve alta de 0,07%, tentando se recuperar após perdas provocadas pela forte queda nas ações da Renault. A montadora francesa desabou 16,6% após reduzir suas projeções para 2025 e anunciar uma mudança na liderança.
O cenário macroeconômico também pesa sobre os mercados. No Reino Unido, a inflação de junho veio acima do esperado, com alta de 3,6% em 12 meses, superando o consenso de 3,4%.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam sem direção única. O Dow Jones registrava leve alta de 0,01%, enquanto o S&P 500 caía 0,09% e o Nasdaq 100 recuava 0,25%.