Hong Kong: compras recordes de ações por investidores chineses chegam a HK$ 35,9 bilhões em um único dia (Getty Images/Getty Images)
Redatora
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 07h07.
Investidores da China compraram, nesta sexta-feira, 15, um volume recorde de HK$ 35,9 bilhões (US$ 4,6 bilhões) em ações listadas em Hong Kong, segundo dados compilados pela Bloomberg.
O valor supera o recorde anterior, de HK$ 35,6 bilhões, registrado em abril, após o anúncio das tarifas globais do presidente norte-americano Donald Trump.
Com as compras desta sexta-feira, o volume acumulado em 2025 de aquisições de ações de Hong Kong por investidores da China continental chegou a HK$ 940 bilhões, segundo a Bloomberg. O montante já se aproxima do maior total anual da série histórica e mantém o ritmo para que este ano encerre com um novo recorde.
De acordo com a agência, o apetite é sustentado por valuations mais baixos das empresas listadas na praça financeira de Hong Kong e pelo interesse em companhias de tecnologia, impulsionado pelos avanços da startup DeepSeek em inteligência artificial.
O fluxo de compras ajudou o Hang Seng China Enterprises Index a acumular alta de 24% no ano, figurando entre os índices de melhor desempenho no mundo. No pregão desta sexta-feira, porém, o indicador encerrou com queda de 1%.
O clima de otimismo também se espalhou para o mercado onshore. Hoje, o CSI 300, que reúne as principais empresas listadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou em alta de 0,7%.
Segundo informações do jornal Financial Times (FT), mais de um terço de todo o capital direcionado a Hong Kong pelo programa Stock Connect desde 2014 entrou nos últimos dois anos.
Criado para interligar as bolsas de Xangai e Shenzhen à bolsa de Hong Kong, o mecanismo permite que investidores qualificados da China comprem ações negociadas no território sem violar os controles de capital do país.
A participação dessas operações no volume diário da bolsa de Hong Kong passou de menos de 10% em 2019 para cerca de 25% atualmente.
O FT também destaca que o governo chinês vem ampliando o apoio ao mercado da cidade, com medidas para incentivar listagens e emissões de empresas no território. Essa estratégia reforça o papel de Hong Kong como centro internacional para transações financeiras e compensações de operações envolvendo empresas e investidores chineses.