Presidente do BC, Gabriel Galípolo: o Banco Central publica o Relatório de Política Monetária, com entrevista coletiva de Gabriel Galípolo e Otávio Guillen às 11h (Banco Central / Equipe @andreianaomi/Divulgação)
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Publicado em 26 de junho de 2025 às 07h28.
Os mercados iniciam esta quinta-feira, 26, com uma agenda carregada no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o dia concentra a divulgação de indicadores relevantes, como o IPCA-15 de junho (9h), a arrecadação federal (10h30) e o resultado primário do Governo Central.
Às 8h, o Banco Central publica o Relatório de Política Monetária. Mais tarde, às 11h, haverá uma coletiva de imprensa com o presidente Gabriel Galípolo e o diretor de política econômica Diogo Guillen para discutir os dados.
O cenário político também segue no radar. A derrubada de medidas que aumentavam o IOF, com aprovação expressiva do Projeto de Decreto Legislativo no Congresso, marca uma derrota simbólica do governo Lula e pode trazer impactos para as expectativas fiscais.
Nos Estados Unidos, o foco dos investidores está na leitura final do PIB do primeiro trimestre (9h30) e na divulgação dos pedidos semanais de auxílio-desemprego (9h30).
Também às 9h30, saem os dados de encomendas de bens duráveis e o índice de atividade nacional do Fed de Chicago. Mais tarde, às 11h, o mercado acompanha os números de vendas pendentes de imóveis referentes a maio.
Ao longo do dia, o Federal Reserve estará no centro das atenções com discursos dos dirigentes Tom Barkin (9h), Beth Hammack (10h), Michael Barr (14h15) e Neel Kashkari (20h).
A cautela do Fed diante das decisões de política monetária tem gerado críticas crescentes por parte do presidente Donald Trump, que, segundo reportagem do Wall Street Journal, estaria avaliando substituir Jerome Powell no comando do banco central ainda este ano.
Trump teria indicado que já tem três ou quatro nomes cotados para o cargo, e poderia anunciar a troca até setembro. A insatisfação do presidente se intensificou após Powell manter a postura de aguardar mais clareza sobre os efeitos das tarifas americanas na economia antes de decidir sobre eventuais mudanças na taxa de juros.
Ainda nos EUA, o secretário de Defesa Pete Hegseth concederá entrevista coletiva às 9h, em meio à repercussão dos ataques às instalações nucleares do Irã.
As bolsas da Ásia encerraram o pregão sem direção única, com destaque para o Japão. O índice Nikkei subiu 1,65% e fechou no maior nível em cinco meses, impulsionado por ações de tecnologia. Já o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,92%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,64%. Na China continental, o CSI 300 teve queda de 0,35%.
Na Europa, os principais índices operavam em alta moderada por volta das 7h (horário de Brasília), apoiados pelo alívio nas tensões no Oriente Médio. O DAX, da Alemanha, subia 0,82%, o CAC 40, da França, avançava 0,22%, e o FTSE 100, do Reino Unido, ganhava 0,23%. O índice europeu Stoxx 600 registrava alta de 0,25%.
Os futuros de Wall Street também apontavam para uma abertura positiva. Os contratos futuros do S&P 500 subiam 0,27%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,41% e os do Dow Jones ganhavam 0,20%.
No mercado de energia, os preços do petróleo operavam em leve alta após os estoques dos Estados Unidos registrarem queda acima do esperado. O recuo de 5,8 milhões de barris na última semana, segundo a Agência de Informação de Energia (EIA), reforça sinais de demanda aquecida no país. O fornecimento de gasolina, usado como proxy de consumo, atingiu o maior nível desde dezembro de 2021.
Entre os destaques corporativos, as ações da montadora chinesa BYD caíram mais de 2% após uma reportagem da Reuters revelar que a empresa desacelerou sua produção e adiou planos de expansão. A companhia teria cancelado turnos noturnos, reduzido a produção em até um terço em algumas fábricas e postergado a instalação de novas linhas, em meio ao aumento dos estoques e à pressão por margens.
Outro rumor que movimentou os mercados foi a possível fusão entre Shell e BP. A Shell, no entanto, negou formalmente qualquer plano de aquisição da rival, afirmando que não houve abordagem ou conversas e que está legalmente impedida de fazer uma proposta nos próximos seis meses, conforme as regras do Reino Unido.