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Itaú rebaixa recomendação para Petrobras e derruba preço-alvo para ações

Analista ressalta a diluição dos acionistas após a capitalização e o acordo desfavorável na cessão onerosa dos barris

Recomendação rebaixada leva em conta a diluição pós capitalização e a aquisição dos barris da cessão onerosa dois dólares acima do valor justo (.)

Recomendação rebaixada leva em conta a diluição pós capitalização e a aquisição dos barris da cessão onerosa dois dólares acima do valor justo (.)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2010 às 12h11.

São Paulo - A Itaú Corretora rebaixou a recomendação das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) de outperform (desempenho acima da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado). O anúncio veio seguido de um novo preço-alvo para as ações para o final de 2011, definido em 38,20 reais, o que representa uma redução de 29% em relação à sua estimativa anterior, mostra relatório publicado nesta terça-feira (5).

Este é o primeiro pronunciamento da Itaú Corretora sobre a capitalização da Petrobras após o período de restrição imposto aos agentes do mercado durante o processo. A retomada da cobertura do papel pela analista Paula Kovarsky decidiu pela redução do preço por considerar, entre outros fatores, a diluição depois da capitalização, já incluindo o exercício do lote suplementar, e a aquisição dos barris da cessão onerosa dois dólares acima da estimativa de valor justo (o preço final ficou em 8,51 dólares).

A capitalização da Petrobras totalizou 120,2 bilhões de reais arrecadados, e catapultou a empresa ao posto de segunda maior empresa em valor de mercado de toda a América. Foram emitidas, ao todo,  4,7 bilhões de ações, que mudaram a configuração da fatia da estatal que pertencia ao governo, que aumentou sua participação de 39,8% para 48,32%  ao final da oferta pública de ações.

Prêmio

Para Paula Kovarsky, o aumento de capital gigantesco encareceu as ações da Petrobras comparada a seus pares internacionais, sendo negociada com prêmio de 34% em relação às principais petrolíferas. Segundo a analista, a companhia sempre mereceu ser negociada com prêmio, levando em conta sua transparência e governança, mas após contato com investidores, ela notou a redução da "boa vontade do mercado em relação à Petrobras e do apetite dos investidores para pagar prêmios significativos" nos últimos dois anos.

Por outro lado, ela lembra que as reservas da Petrobras e seu potencial de produção ainda são os melhores no setor de petróleo. Portanto, é natural que o mercado volte a enxergá-la com bons olhos. "Como a maior parte dos investidores globais tem se exposto pouco ao setor de energia, quando decidirem rever suas posições naturalmente devem se concentrar nos fundamentos de crescimento e no potencial de valorização da companhia". Tal cenário só se tornará concreto, no entanto, com a presença de sinais mais claros da recuperação econômica nos EUA, diz a analista.

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