Ensino básico: apesar de o Brasil investir percentual relevante do PIB, não há avanços de qualidade no país (Banco de imagens/Getty Images)
Redator
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 15h09.
Última atualização em 8 de setembro de 2025 às 15h51.
O JPMorgan atualizou as estimativas de empresas do setor de educação de sua cobertura após os resultados do segundo trimestre do ano.
O banco se mostra mais otimista com o andamento das ações da área, com três das seis companhias da cobertura passando a ter recomendação equivalente a compra. Yduqs (YDUQ3) já tinha classificação overweight e, agora, Ser Educacional (SEER3) e Afya (AFYA) se somam a essa lista.
A única empresa que sofreu rebaixamento foi a Ânima (ANIM3). O JPMorgan passou a recomendação de overweight (equivalente a compra) para neutra.
O banco diz esperar menos catalisadores no curto prazo para a Ânima, à medida que o foco da administração muda da melhoria da lucratividade para qualidade, fazendo com que o rendimento do fluxo de caixa livre fique abaixo dos pares.
Segundo o JPMorgan, a maior alavancagem (hoje em 2,66x) reduz a visibilidade sobre a geração futura de fluxo de caixa livre da Ânima que, juntamente com o baixo fluxo de caixa registrado nos últimos 12 meses, impõe mais cautela com as perspectivas futuras da companhia.
O banco também reduziu o preço-alvo de R$ 6 para R$ 5/ação.
No caso da Ser Educação, o banco explicou que houve melhora do fluxo de caixa livre, com o aumento da demanda por cursos de medicina e sua receita total aumentando 19% em 2024 para 30% (projeção) em 2031.
A perspectiva é que, na medida em que essas vagas na medicina amadureçam, as margens consolidadas se expandam. Isso fez com que banco passasse o preço-alvo de R$ 14 para R$ 18/ação.
O JPMorgan considera a Afya um player premium e uma escolha sólida para quem tem aversão ao risco. Entre as principais vantagens da companhia está o fato dela ser uma das mais desalavancadas do setor, com dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 1,2x.
A projeção é de resultados resilientes à frente, com a empresa em contínuo caminho para cumprir suas diretrizes. O banco elevou o preço alvo de R$ 23,50 para R$ 24,50/ação.
A recomendação de overweight para Yduqs (YDUQ3) foi mantida, ao passo que o banco vê a empresa prestes a cumprir seu guidance de fluxo de caixa livre, de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões em 2025, dando a continuidade ao seu plano de desalavancagem – a dívida líquida/Ebitda hoje é de 1,66x.
No entanto, o JP reduziu o preço-alvo para a companhia, de R$ 22,50 para R$ 22/ação.
Com relação à Cogna (COGN3), outra empresa de educação dentro do âmbito de cobertura do JPMorgan, o banco diz ter menor visibilidade na geração de fluxo de caixa e maior risco regulatório, embora com fortes tendências operacionais. Os analistas mantiveram a recomendação neutra sem indicar preço-alvo.
Já a Vasta (VSTA) continua com recomendação underweight. O banco diz ter baixa visibilidade das margens nos próximos anos, já que o crescimento tem se mostrado mais custoso do que o esperado.