Mercados

Juros seguem dólar e fecham em leve queda

A baixa liquidez, a queda do dólar e a cautela externa levaram a moeda norte-americana a cair


	Bovespa: a taxa do juro para julho de 2013 encerrou a sessão a 7,09%, ante 7,12% no ajuste
 (Getty Images)

Bovespa: a taxa do juro para julho de 2013 encerrou a sessão a 7,09%, ante 7,12% no ajuste (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 16h23.

São Paulo - Em um dia de sessão e liquidez reduzidas, motivadas pela Quarta-feira de Cinzas, os investidores em juros devolvem um pouco do avanço recente das taxas, a despeito da piora das expectativas para a inflação trazida pelo Boletim Focus.

Segundo profissionais da área de renda fixa, a queda do dólar também ajuda no movimento de correção técnica das taxas futuras. Além disso, a cautela externa também não justifica movimentos de alta para os juros.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa para julho de 2013 (62.195 contratos) estava em 7,09%, de 7,12% no ajuste. O contrato para janeiro de 2014 (69.150 contratos) marcava mínima de 7,38%, ante 7,40%. O DI para janeiro de 2015 (45.410 contratos) indicava 8,16%, de 8,17% no ajuste. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (27.080 contratos) tinha taxa de 9,04%, ante 9,05%, e o DI para janeiro de 2021 (apenas 280 contratos) apontava 9,72%, ante 9,74% no ajuste.

"Houve um avanço grande das taxas recentemente. O mercado de juros antecipou boa parte da piora das expectativas de inflação e, agora, decidiu corrigir um pouco dos exageros recentes", afirmou o vice-presidente de Tesouraria do banco WestLB no Brasil, Ures Folchini. "No dia 4 de fevereiro, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2014 estava em 7,24%, atingindo 7,40% na última sexta-feira", exemplificou.

Hoje, o dólar voltou a experimentar sinal de baixa, com o mercado entendendo que a moeda deve ser usada como instrumento de ajuda no combate à inflação. Mesmo porque, como mostrou hoje a pesquisa Focus, as expectativas para o comportamento do preços segue piorando. A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim de 2013 subiu de 5,68% para 5,71%. O IPCA suavizado 12 meses à frente também foi revisado para cima, de 5,47% para 5,49%. No Top 5, grupo das instituições do mercado financeiro que mais acertam projeções, a estimativa para o IPCA no fim deste ano passou de 5,52% para 5,70% no cenário médio prazo. Em 2014, a previsão para o IPCA ficou em 6,50% - teto da meta do governo federal -, de 5,80% na pesquisa anterior.

A previsão para o crescimento do PIB em 2013 passou de 3,10% para 3,09% e para 2014, de 3,70% para 3,80%, ainda segundo a Focus. As projeções para a Selic no fim deste ano e do próximo foram mantidas em 7,25% ao ano e 8,25% ao ano, respectivamente.

No exterior, à espera da reunião do G-20 na Rússia e em meio a indicadores econômicos, os mercados de ações e commodities operam sem direção única. Na zona do euro, a produção industrial cresceu mais que o esperado em dezembro ante novembro, porém caiu mais que o previsto na comparação com igual mês do ano anterior e encolheu 2,4% no quarto trimestre de 2012 ante o terceiro trimestre. Nos EUA, as vendas no varejo cresceram em linha com o esperado em janeiro ante dezembro.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresJuros

Mais de Mercados

Mercado Livre deve avançar com IA após troca de comando, diz CEO

Ferrari amplia lucro no 2º trimestre apesar das tarifas, mas ações caem com reação do mercado

Vale vai distribuir US$ 1,45 bilhão em JCP no mês de setembro: quem terá direito?

Julho fecha com pior desempenho do Ibovespa em 2025 e queda histórica do dólar desde 2016