Invest

Lucro da WEG avança para R$ 1,65 bilhão no 3º tri, mesmo com impacto de tarifas de Trump

Fabricante de equipamentos industriais diz que segue com estratégia para mitigar riscos, redirecionando exportações

Lucro líquido da WEG avançou 4,5%, na comparação anual (Leandro Fonseca /Exame)

Lucro líquido da WEG avançou 4,5%, na comparação anual (Leandro Fonseca /Exame)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 08h20.

Última atualização em 22 de outubro de 2025 às 08h36.

A WEG (WEGE3), fabricante catarinense de equipamentos industriais, registrou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no terceiro trimestre deste ano, alta de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre de 2025, o avanço foi de 3,7%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 2,27 bilhões no período, com crescimento anual de 2,4% e praticamente estável em relação ao registrado no segundo trimestre deste ano.

A margem Ebitda, por sua vez, teve um leve recuo de 0,4 ponto percentual ano a ano, para 22,2%, impactada, principalmente, pelo resultado financeiro negativo de R$ 33,4 milhões.

A receita operacional líquida atingiu R$ 10,27 bilhões, cifra 4,2% maior que a do mesmo período no ano passado e apenas 0,6% superior a do segundo trimestre.

No mercado interno, a receita foi de R$ 4,02 bilhões, aumento de 3,1% em bases anuais, porém um número 4,1% menor em relação ao segundo trimestre. A receita operacional com mercado externo por sua vez avançou nos dois períodos de comparação — 4,9% e 3,9%, respectivamente — para R$ 6,26 bilhões.

Em dólar, a receita do mercado externo foi de US$ 1,15 bilhão, com alta anual de 6,8% e trimestral de 8%.

O custo de produtos vendidos da empresa subiu 5,4% na comparação 2024 para R$ 6,82 bilhões. A margem bruta recuou 0,9 ponto percentual, na mesma base de comparação, para 33,6%.

Ao final de setembro, a WEG tinha R$ 6,41 bilhões em caixa. Nos nove meses de 2025, a companhia gerou caixa de R$ 4,238 bilhões, com suas operações, mesmo com aumento de necessidade de capital de giro no período. Os investimentos, que incluem aquisições, modernização e ampliação de fábricas, por outro lado, consumiu R$ 2,043 bilhões.

No terceiro trimestre, a WEG registrou capex de R$ 672,6 milhões.

"Apesar do momento mais desafiador para a aceleração do crescimento, continuamos a observar boa demanda nos negócios tradicionais, aliada às oportunidades nos negócios voltados à infraestrutura elétrica", diz a mensagem da administração, que acompanha o balanço.

O texto aponta para um cenário restritivo a novos investimentos no Brasil e cita impacto das tarifas de importação no mercado externo.

"Apesar do impacto das recentes alterações nas legislações tarifárias, a atividade industrial continuou positiva nos principais mercados de atuação, com destaque para a Europa, principalmente nas vendas de equipamentos industriais para segmentos como óleo & gás e água & saneamento".

A companhia afirma que segue colocando sua estratégia de  mitigação em prática, redirecionando rotas de exportação, de acordo com a flexibilidade das suas operações.

"Acreditamos que nossa estratégia de diversificação de produtos e soluções, flexibilidade operacional e presença global contribui para navegarmos o ambiente de instabilidade macroeconômica atual, mitigando seus efeitos e aproveitando as oportunidades presentes no mercado", acrescenta o texto.

Reportagem em atualização

Acompanhe tudo sobre:WEGIndústriaBalanços

Mais de Invest

Balanço da Tesla, fluxo cambial semanal e Lula na Ásia: o que move os mercados

O que esperar do balanço da Tesla após trimestres turbulentos?

Risco de calote em crédito privado dos EUA divide 'bancões'

Novo 'meme stock'? Ação de fabricante de carne vegetal dispara 300% na semana