Bank of America: volatilidade ajudou o banco a superar previsões no 2º trimestre (Cheng Xin/Getty Images)
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Publicado em 16 de julho de 2025 às 08h30.
Última atualização em 16 de julho de 2025 às 08h38.
O Bank of America (BofA) divulgou nesta quarta-feira, 16, um lucro líquido de US$ 7,1 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 3,2% em relação aos US$ 6,9 bilhões registrados um ano antes. O resultado representa um ganho de US$ 0,89 por ação, superando as estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que previam lucro de US$ 6,56 bilhões.
O desempenho foi impulsionado principalmente pela divisão de trading, beneficiada pela alta volatilidade nos mercados globais desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas comerciais em abril.
A receita com operações em renda fixa, moedas e commodities (FICC) do banco saltou 19% no período, totalizando US$ 3,25 bilhões. Já a área de ações teve alta de 9,6%, para US$ 2,13 bilhões.
Somadas, as áreas de sales & trading geraram US$ 5,4 bilhões, uma alta de 15% na comparação anual, segundo a Reuters. Foi o 13º trimestre consecutivo de crescimento na receita dessa divisão.
“Os consumidores permaneceram resilientes, com gastos saudáveis e boa qualidade dos ativos, e as taxas de utilização dos empréstimos comerciais aumentaram”, disse o CEO Brian Moynihan em comunicado. “Além disso, vimos um bom momento em nossos negócios de mercado.”
A receita líquida de juros (NII), principal fonte de receitas do banco, subiu 7,1% no trimestre, para US$ 14,7 bilhões. O crescimento veio acima da expectativa dos analistas, que projetavam uma alta de 6,5%, segundo a Bloomberg. O NII representa a diferença entre os juros cobrados em empréstimos e o que o banco paga aos clientes.
Apesar do bom desempenho nas mesas de operações, as taxas de assessoria em investment banking recuaram 9% no trimestre, para US$ 1,4 bilhão, refletindo a menor atividade em fusões e aquisições diante das incertezas provocadas pelas políticas comerciais de Trump, pela tensão geopolítica e pelos juros elevados. Ainda assim, executivos e analistas consultados pela Reuters acreditam em uma recuperação da atividade no segundo semestre.
O desempenho do Bank of America ficou abaixo do registrado por alguns concorrentes em investment banking: o JPMorgan teve alta de 7% nas taxas, o Citigroup subiu 13% e o Wells Fargo avançou 9% na mesma linha de receita.
As ações do banco, que acumularam alta de 5% no ano, subiam 1,58% no pré-mercado em Nova York por volta das 8h20, no horário de Brasília, após a divulgação dos resultados. Na véspera, os papéis fecharam com queda de 1,95%.