Invest

Lucro vem forte, mas Walmart congela projeções e avisa: preços vão subir

Mesmo com vendas acima do esperado no 1º tri, varejista cita impacto das tarifas e incerteza econômica para justificar alta de preços e cautela nas projeções

 (Erin Clark/Getty Images)

(Erin Clark/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 15 de maio de 2025 às 10h28.

Nesta quinta-feira, 15, antes da abertura do mercado, o Walmart divulgou seu balanço trimestral do primeiro trimestre de 2025. A gigante do varejo americano teve crescimento sólido de vendas e lucro no período, mas alertou que o cenário econômico instável e o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos obrigarão a empresa a reajustar preços a partir deste mês.

As vendas nas lojas Walmart dos Estados Unidos abertas há pelo menos um ano subiram 4,5% no trimestre encerrado em 30 de abril, superando a expectativa média do mercado, de 3,94%, segundo dados da LSEG. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,61, acima dos US$ 0,58 projetados por analistas.

Apesar do bom resultado, a empresa apontou para um ambiente cada vez mais desafiador. O diretor financeiro John David Rainey afirmou que os aumentos de preços devem começar a ser sentidos ainda em maio e se tornar mais evidentes ao longo do ano, à medida que os efeitos da guerra comercial se aprofundam.

“Faremos o possível para manter os preços baixos, mas, diante da magnitude das tarifas, não conseguiremos absorver todo o impacto”, disse o CEO Doug McMillon em comunicado.

O faturamento total subiu 2,5%, para US$ 165,6 bilhões, ligeiramente abaixo das estimativas, enquanto as vendas online avançaram 21% nos EUA e 22% globalmente. Pela primeira vez, o negócio de e-commerce do Walmart foi lucrativo em um trimestre completo, impulsionado por áreas de maior margem, como publicidade digital e marketplace.

A estratégia agressiva de preços baixos segue ajudando a varejista a conquistar consumidores em meio ao enfraquecimento da confiança nos EUA — que caiu pelo quarto mês consecutivo em abril — e à retração de 0,4% no PIB americano no primeiro trimestre, a primeira em três anos.

Cautela no curto prazo

O Walmart manteve sua projeção anual, em que espera crescimento de 3% a 4% nas vendas e lucro ajustado entre US$ 2,50 e US$ 2,60 por ação até janeiro de 2026. No entanto, optou por não divulgar um guidance para o segundo trimestre, citando a dificuldade de prever os desdobramentos da guerra comercial.

“O ambiente operacional dinâmico torna quase impossível prever o curto prazo”, disse a companhia.

Embora o Walmart tenha conseguido ganhar participação de mercado ao atrair consumidores com renda mais alta para compras de itens como alimentos frescos e medicamentos, a pressão sobre as margens aumenta. Itens com menor margem, como mercearia e farmácia, sustentaram as vendas, enquanto categorias como eletrônicos, produtos para casa e esportivos registraram queda.

As ações do Walmart, por volta das 9h40 (horário de Brasília), antes da abertura do mercado, oscilavam próximas da estabilidade. No acumulado do ano, os papéis já avançaram mais de 60%, superando com folga o desempenho do S&P 500.

Acompanhe tudo sobre:WalmartBalançosAçõesTarifasEstados Unidos (EUA)

Mais de Invest

Como pedir um Uber no iFood ou um iFood no Uber? Veja como parceria vai funcionar

Receita abre consulta ao 1º lote de restituição de IR na próxima semana; veja data e quem recebe

Ações do Alibaba caem 5% após lucro trimestral frustrar expectativas

IR 2025: 47% dos contribuintes ainda não enviaram a declaração à Receita