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Lula no Chile, juros na China e temporada de balanços: o que move o mercado

O presidente Lula viaja nesta segunda-feira ao Chile, onde participa de um encontro de presidentes promovido por Gabriel Boric

Presidentes Lula, do Brasil, e Gabriel Boric, do Chile: líderes se reúnem nesta segunda-feira, 21, em Santiago (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Presidentes Lula, do Brasil, e Gabriel Boric, do Chile: líderes se reúnem nesta segunda-feira, 21, em Santiago (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Publicado em 21 de julho de 2025 às 08h05.

Esta segunda-feira, 21, começa com os mercados atentos à escalada da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, à agenda de balanços e à decisão do Banco Central da China de manter suas taxas de juros inalteradas.

O principal foco dos investidores hoje segue sendo o embate entre Brasília e Washington. A crise ganhou novo fôlego na sexta-feira à noite, após os EUA anunciarem a revogação dos vistos de ministros do STFO presidente Lula classificou o gesto como “inaceitável”.

Nesta manhã, Lula participa, às 10h30, de um encontro com presidentes de esquerda no Chile, promovido pelo presidente Gabriel Boric. No evento, Lula deve buscar apoio internacional contra o uso político de tarifas e voltar a propor taxações sobre big techs e dividendos de empresas americanas.

Nos bastidores, o governo já mapeia possíveis medidas de retaliação, como a quebra de patentes e a intensificação da fiscalização sobre remessas ao exterior.

A Advocacia-Geral da União (AGU), por sua vez, solicitou ao STF uma investigação sobre possível insider trading no câmbio, após movimentações bilionárias nas vésperas do anúncio do tarifaço. A suspeita é de uso de informação privilegiada.

No radar hoje

A agenda local começa cedo, com a divulgação da segunda prévia do IGP-M (às 8h) e o Relatório Focus do Banco Central (às 8h25).

Às 8h30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista à Rádio CBN e pode comentar as tensões com os EUA. Já às 15h, o Ministério da Indústria e Comércio publica a balança comercial semanal.

Na B3, a temporada de balanços começa oficialmente hoje, com resultados de Weg, Neoenergia, Multiplan e Usiminas após o fechamento do pregão.

Nos mercados internacionais, o destaque hoje é para o balanço da Verizon, que divulga seus resultados antes da abertura. Ao longo da semana, o mercado espera os números de empresas como Alphabet, Tesla, Intel, Coca-Cola e Texas Instruments.

Na China, o Banco Central manteve inalteradas as taxas de juros para empréstimos de um ano (3%) e cinco anos (3,50%), em linha com as projeções do mercado. A decisão reforça o tom moderado da política monetária chinesa e veio acompanhada de alta nas bolsas locais, com destaque para ações de tecnologia impulsionadas pela expectativa de retomada das vendas de chips da Nvidia no país.

Já na Europa, cresce a tensão com os Estados Unidos. Segundo o Wall Street Journal, a União Europeia se prepara para adotar medidas retaliatórias contra empresas americanas caso as negociações comerciais não avancem antes do prazo final de 1º de agosto, imposto por Donald Trump para a entrada em vigor de novas tarifas.

Mercados internacionais

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,68%, enquanto o CSI 300, que reúne as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,67%.

Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,71%, e o Kosdaq, voltado para empresas de menor capitalização, teve leve alta de 0,12%. A exceção foi a bolsa da Austrália, onde o S&P/ASX 200 caiu 1,02%.

Na Europa, os principais índices operavam no vermelho no início da manhã. Por volta das 7h50 (de Brasília), o CAC 40, de Paris, recuava 0,57%, o DAX, de Frankfurt, caía 0,33%, e o FTSE 100, de Londres, cedia 0,15%.

O índice europeu Stoxx 600 registrava queda de 0,23%, em meio à cautela com o cenário geopolítico e às incertezas nas negociações comerciais entre União Europeia e Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas apontavam para um início de sessão em alta. O S&P 500 avançava 0,24%, o Nasdaq 100 subia 0,28% e o Dow Jones ganhava 0,20%.

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