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Marfrig e BRF despencam na bolsa, com assembleia sobre fusão adiada pela 2ª vez

A BRF confirmou a suspensão da AGE, mas ainda não marcou nova data

Nova data da AGE sobre fusão ainda não foi definida (Getty Images)

Nova data da AGE sobre fusão ainda não foi definida (Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 11 de julho de 2025 às 17h32.

Última atualização em 11 de julho de 2025 às 17h46.

As ações da Marfrig e da BRF tombam na bolsa, na tarde desta sexta-feira, 11, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciar, pela segunda vez, o adiamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que decidirá sobre a fusão entre as duas empresas. O órgão determinou que a AGE seja prorrogada por 21 dias, para que as companhias forneçam mais detalhes sobre as informações usadas pelos comitês independentes ao estruturar a operação.

Os papéis da Marfrig caíram 4,17%, sendo negociados a R$ 23,00 — uma das cinco maiores baixas do Ibovespa. As ações da BRF não ficaram muito atrás, recuaram 4,35%, a R$ 22,00.

O adiamento é um novo capítulo de uma saga que já havia começado em junho. A AGE, inicialmente marcada para o dia 18 de junho, também foi adiada pela CVM, que, na época, já havia apontado problemas semelhantes na transparência das informações fornecidas pelas empresas. A decisão da autarquia de adiar a assembleia teve como base a falta de clareza sobre os critérios usados para determinar a relação de troca das ações — de 0,8521 ação da Marfrig para cada papel da BRF — uma questão levantada por acionistas minoritários.

Entre os protestantes estão Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e Alex Fontana, que alegam que a falta de transparência pode prejudicar os investidores. Esses mesmos acionistas minoritários já haviam solicitado, na Justiça, a suspensão da AGE. No entanto, os juízes indeferiram o pedido, assim como a segunda ação movida por outro minoritário, aposentado da Previ.

A CVM, seguindo a recomendação da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), afirmou que o adiamento é necessário para garantir que os acionistas da BRF tenham acesso a informações mais detalhadas sobre os critérios e as condições que fundamentaram a proposta de fusão. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos membros da autarquia.

Em sua decisão, a CVM ainda destacou que a análise de possíveis abusos nas condições da operação requer uma investigação mais profunda, o que justifica a prorrogação do prazo.

A BRF confirmou que a assembleia foi suspensa e disse que vai informar o mercado sobre uma nova data.

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