Fernando Yunes: 'não queremos verticalizar o setor' (Mercado Livre/Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 12h44.
Última atualização em 9 de outubro de 2025 às 13h30.
Fernando Yunes, executivo que comanda a operação do Mercado Livre no Brasil, nega que a empresa tenha a intenção de abrir uma rede de farmácias próprias. "Queremos as farmácias dentro do Mercado Livre", afirmou, em coletiva de imprensa sobre a operação "farma" no país, ainda em desenvolvimento.
Yunes convocou os jornalistas para acabar com especulações sobre o tema, que tem sido acompanhado com atenção por empresas do varejo farmacêutico e investidores dessas companhias.
"Não queremos verticalizar o setor nem competir com as farmácias. Isso é mentira", afirmou o executivo, citando o argumento de associações que foram ao Cade questionar a compra de uma farmácia na zona sul de São Paulo, que pertencia à Memed, pelo Meli.
Tanto a Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias) quanto a Abcfarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico) se mostraram contrárias à aprovação sumária da operação pelo órgão antitruste.
O Mercado Livre já tem autorização para comercializar medicamentos isentos de prescrição médica no market place da Argentina, Chile e México.
Yunes lembra que 95% das vendas do Mercado Livre no Brasil vem de sellers (3P) e a participação de estoque próprio (1P) é residual.
"Somos 3P, trazemos o seller para vender na nossa plataforma, e com isso democratizamos o acesso dos vendedores ao Brasil todo. E os compradores também tem acesso a um sortimento de produtos que não consegue acessar", explicou o executivo.
Segundo Tulio Landin, diretor sênior de market place do Meli, a ideia é inserir, principalmente, farmácias de pequeno e médio porte, nesse ecossistema. "Nossa plataforma vai permitir que elas expandam o seu alcance."
Yunes, porém, disse que o Mercado Livre está aberto à entrada de grandes varejistas farmacêuticas na plataforma.
"Queremos ser parceiros das maiores redes de farmácia. Tivemos conversas que não avançaram de forma concreta, mas queremos".
A aquisição da farmácia no Jabaquara, explica Yunes, é testar o modelo com estoque próprio, mas não há outras compras no radar.