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Mercado vai da euforia ao pânico após ataque a Bolsonaro

A leitura inicial dos investidores foi a de que Bolsonaro sairia mais forte do ataque e o lado mais prejudicado seria a esquerda

Jair Bolsonaro: Bolsonaro: Candidato foi esfaqueado durante campanha no centro da cidade de Juiz de Fora (Diego Vara/Reuters)

Jair Bolsonaro: Bolsonaro: Candidato foi esfaqueado durante campanha no centro da cidade de Juiz de Fora (Diego Vara/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 19h07.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 19h54.

Perdido entre informações desencontradas sobre a facada sofrida por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, durante passeata de campanha, o mercado financeiro brasileiro foi da euforia ao pânico em uma hora e meia ao analisar as perspectivas para o cenário eleitoral depois do ataque.

Por volta das 16h, logo depois que começaram a se propagar pela imprensa os vídeos do incidente, o filho de Bolsonaro, Flavio Bolsonaro, candidato do PSL ao Senado pelo Rio de Janeiro, disse que a estocada não tinha sido grave e o estado de saúde do presidenciável era estável. O Ibovespa então disparou e atingiu o seu nível máximo do dia, fechando uma hora depois em alta de 1,8%, aos 76.416 pontos.

A leitura dos investidores foi a de que Bolsonaro sairia mais forte do ataque e o lado mais prejudicado seria a esquerda. Fundos de investimento passaram a comprar pesadamente ações das empresas locais apostando que o segundo turno se daria entre Bolsonaro e Geraldo Alckmin (PSDB). mas O mesmo aconteceu no mercado de câmbio. O dólar não reagiu em um primeiro momento e posteriormente caiu.

A visão dos investidores não foi corroborada pelos analistas políticos consultados por EXAME, mas é da natureza do mercado reagir rapidamente sobre episódios complexos mesmo com poucas informações na mão. E, como costuma acontecer, os investidores vão em manada para o mesmo lado.

“Com o incidente, um candidato que tinha apenas nove segundos de tempo de TV vai passar a aparecer 24 horas por dia, no país e fora”, diz Pablo Spyer, diretor operacional da corretora Mirae Asset.

O humor mudou logo depois, porém, quando surgiram rumores de que o estado de saúde de Bolsonaro era grave. No after-market da B3, os contratos futuros do Ibovespa despencaram. “É o efeito típico de quando o mercado não sabe o que está acontecendo. A última vez que houve esse movimento foi quando o candidato à presidência Eduardo Campos morreu, nas eleições passadas. É um mercado perdido”, disse Rafael Pononko, da Toro Investimentos.

“Se houvesse negociação no mercado amanhã, seria um dia de intensa volatilidade. Como é feriado, os investidores terão mais tempo para digerir as informações”, analisou outro gestor.

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