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Mercado vê discurso mais duro do Fed e aumenta aposta em adiamento de corte de juros

Federal Reserve (Fed) manteve suas taxas de juro inalteradas entre 4,25% e 4,50%

Fed: autoridade de política monetária manteve a taxa de juros pela quinta decisão consecutiva (SAUL LOEB/AFP/Getty Images)

Fed: autoridade de política monetária manteve a taxa de juros pela quinta decisão consecutiva (SAUL LOEB/AFP/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 30 de julho de 2025 às 17h48.

Última atualização em 30 de julho de 2025 às 17h56.

Pela quinta vez consecutiva, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) manteve as taxas inalteradas entre a faixa de 4,25% a 4,50%, em uma decisão que não foi unânime – houve dois dissidentes. Mas isso já era esperado pelo mercado.

O mais aguardado era o discurso de Jerome Powell, que na prática foi considerado mais duro que o esperado, o que fez as bolsas americanas virarem para o vermelho minutos após suas falas. Powell optou por não sinalizar de forma explícita qualquer mudança iminente na política monetária, confirmando a estratégia de manter o Comitê "em modo dependente de dados".

“Ainda não tomamos nenhuma decisão sobre setembro”, disse ao ser perguntado sobre o corte.

Antes da reunião do Fed, a grande maioria do mercado, cerca de 67% dos investidores, apostava em um corte de juros em setembro, segundo a plataforma FedWatch. Após a decisão, esse número virou e 55% apostam que haverá manutenção.

Se os indicadores passarem a sinalizar com clareza uma direção — seja de melhora ou piora —, a decisão de setembro tende a ser simples. Um cenário de inflação sob controle e atividade econômica firme, conforme sinalizado pelo PIB de hoje, daria respaldo para adiar os cortes nos juros. Já sinais evidentes de enfraquecimento da economia abririam espaço para reduções. No entanto, se a atual incerteza permanecer, Powell terá pela frente escolhas muito mais difíceis.

A dúvida sobre cortar ou não cortar juros acontece em meio às pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reduzir juros – não descartando, inclusive, uma possível demissão do presidente. Na coletiva, a última pergunta foi se Powell planejava permanecer como governador do banco central após o término de seu mandato como presidente, em maio. Ele respondeu sucintamente: "Não tenho nenhuma atualização para dar nesse sentido."

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