Redatora na Exame
Publicado em 20 de maio de 2025 às 06h04.
Os mercados da Ásia e do Pacífico fecharam em alta nesta terça-feira, 20, impulsionados pelo corte de 0,10 ponto percentual nas taxas básicas de empréstimo pelo Banco Popular da China
(PBoC, na sigla em inglês).
O banco central chinês reduziu a taxa LPR de 1 ano para 3,00% (de 3,10%) e a de 5 anos para 3,50% (de 3,60%), em mais uma tentativa de impulsionar o crescimento diante das tensões comerciais com os Estados Unidos.
Na esteira da decisão de Pequim, o índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,45%, enquanto o CSI 300, que reúne as principais ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, subiu 0,57%.
No Japão, o Nikkei 225 fechou em alta de 0,08% e o Topix ganhou 0,02%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou estável, enquanto o indicador das empresas de menor capitalização, o Kosdaq, subiu 0,25%.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 registrou valorização de 0,58% após o Reserve Bank of Australia (RBA) cortar a taxa básica para 3,85%, o menor nível desde maio de 2023.
O banco central justificou a decisão citando a desaceleração da inflação, que caiu para 2,4% no primeiro trimestre de 2025.
O destaque do mercado asiático nesta terça-feira foi a estreia da Contemporary Amperex Technology (CATL) na bolsa de Hong Kong. A fabricante chinesa de baterias — maior do mundo no segmento, com forte atuação no mercado de veículos elétricos — fechou o dia com alta de mais de 18%, cotada a HK$ 309, frente ao preço de emissão de HK$ 263 por ação.
A oferta inicial movimentou HK$ 35,7 bilhões (US$ 4,6 bilhões), no que já é apontado como o maior IPO global de 2025 até agora.
Segundo a companhia, 90% dos recursos levantados serão destinados à construção de uma nova fábrica na Hungria, voltada ao fornecimento de baterias para montadoras europeias como Stellantis, BMW e Volkswagen.
Os principais índices europeus abriram em alta moderada nesta manhã, seguindo o ânimo da Ásia e buscando retomar o fôlego após a sessão tímida de segunda-feira.
Às 5h40 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 avançava 0,37%. Em Londres, o FTSE 100 subia 0,47%, enquanto o índice CAC 40, de Paris, ganhava 0,2%.
Na Alemanha, o DAX registrava alta de 0,29%, mesmo após o Índice de Preços ao Produtor (PPI) alemão mostrar queda mais acentuada do que o esperado.
Em abril de 2025, o PPI recuou 0,9% na comparação anual, após uma queda de 0,2% em março, superando a expectativa de retração de 0,6%. Na comparação mensal, o índice caiu 0,6%, sua quinta queda consecutiva.
Os futuros de Wall Street operavam em queda nesta manhã: o S&P 500 futuro cedia 0,33%, o Nasdaq 100 recuava 0,43% e os contratos do Dow Jones perdiam o,17% por volta das 5h50 (horário de Brasília).
Na véspera, o S&P 500 fechou em seu sexto pregão positivo consecutivo, acumulando alta de 0,09%, com o Dow subindo 0,32% e o Nasdaq Composite avançando 0,02%.
Apesar da sequência otimista, persistem incertezas ligadas às tarifas comerciais e ao risco de recessão nos Estados Unidos.
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, criticou a complacência do mercado em relação a tarifas e previu forte queda no crescimento de lucros do S&P 500 devido a orientações mais conservadoras das empresas.