Redatora
Publicado em 14 de julho de 2025 às 06h12.
Na manhã desta segunda-feira, 14, os mercados globais reagem à nova rodada de tarifas anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana.
O republicano afirmou que irá impor uma alíquota de 30% sobre produtos da União Europeia e do México a partir do dia 1º de agosto, o que alimentou incertezas sobre o rumo das negociações comerciais.
Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão sem direção única. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,26%, enquanto o CSI 300, que reúne as principais ações listadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, ficou estável.
No Japão, o Nikkei 225 caiu 0,28%, enquanto o Topix fechou estável. O Kospi, da Coreia do Sul, avançou 0,83%, mas o índice Kosdaq recuou 0,14%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 teve leve baixa de 0,11%.
Na China, os dados de comércio surpreenderam positivamente: as exportações cresceram 5,8% em junho na comparação anual, superando as projeções do mercado. As importações também mostraram sinal de recuperação, com alta de 1,1% no mês — o primeiro registro de crescimento do ano, mesmo abaixo das expectativas de 1,3%.
No Japão, as encomendas de máquinas recuaram 0,6% em maio na comparação mensal, resultado melhor que a queda de 1,5% prevista pelos analistas, embora ainda mostrem fraqueza após o tombo de 9,1% em abril.
Na Europa, os mercados abriram em baixa diante do aumento das tensões comerciais. Por volta das 5h50 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 caía 0,35%, com destaque negativo para o setor automotivo, que recuava cerca de 1%. O DAX, da Alemanha, liderava as perdas com queda de 0,68%, enquanto o CAC 40, da França, caía 0,57%. Em sentido contrário, o FTSE 100, de Londres, avançava 0,37%, apoiado por ações do setor de energia e defesa.
Apesar do tom negativo no continente, ações do setor de defesa francês operavam em alta após o anúncio do presidente Emmanuel Macron de um plano de investimento de 6,5 bilhões de euros. Exail Technologies subia 4,1%, Dassault Aviation ganhava 1,8% e Thales avançava 1,4%.
Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices operam em queda. Por volta das 5h50, os contratos do S&P 500 e do Nasdaq 100 recuavam 0,40% e 0,39%, respectivamente, enquanto os futuros do Dow Jones caíam 0,43%, pressionados pela escalada protecionista e à espera da nova temporada de balanços. Os grandes bancos americanos, como JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup, divulgam resultados a partir de terça-feira.
Investidores também acompanham os desdobramentos da tensão entre Trump e o Federal Reserve. No fim de semana, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou que o presidente pode demitir o presidente do Fed Jerome Powell “se houver motivo”, acirrando os atritos entre o governo e o banco central.
Apesar das novas ameaças tarifárias de Donald Trump, o mercado cambial operava com variações contidas na manhã desta segunda-feira, segundo dados da Reuters.
O euro recuava 0,13%, negociado a US$ 1,1676, após atingir mínimas de três semanas, enquanto a libra esterlina caía 0,15%, a US$ 1,3470.
O dólar subia 0,28% frente ao peso mexicano, cotado a 18,6763, e registrava leve queda frente ao iene japonês, a 147,31. O yuan onshore era negociado a 7,1706 por dólar.
Entre as criptomoedas, o bitcoin renovava máxima histórica e era cotado a US$ 122.248,59, com alta de 2,6%. O ether também avançava 2%, a US$ 3.052.
No mercado de commodities, os preços do petróleo operavam em leve alta. O Brent subia 0,3%, a US$ 70,57 por barril, enquanto o WTI avançava 0,3%, a US$ 68,65. Os ganhos, no entanto, são limitados pelo aumento da produção saudita e pelas incertezas sobre a demanda global, com o JP Morgan alertando para estoques elevados na China que podem pressionar os preços nos próximos meses.