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Motiva vende aeroportos a grupo mexicano por R$ 11,5 bilhões

Companhia vai usar recursos para reduzir endividamento e abrir espaço para investimentos em rodovias e trilhos

Motiva: Aeroporto de Belo Horizonte é dos 20 terminais vendidos para grupo mexicano (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Motiva: Aeroporto de Belo Horizonte é dos 20 terminais vendidos para grupo mexicano (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 19h33.

A Motiva (ex-CCR) finalmente conseguiu se desfazer do seu braço aeroportuário. Fechou a venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, o que a companhia afirma ser "a maior transação de aeroportos em andamento no mundo". O comprador é o mexicano Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR), que opera nove aeroportos no México e outros sete na América Latina.

O valor da compra diz respeito à aquisição de R$ 5 bilhões em equity pelas participações acionárias da companhia nos ativos aeroportuários e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas.

De acordo com a Motiva, os aeroportos atraiu o interesse de mais de 20 potenciais compradores, entre grupos europeus, latino-americanos e asiáticos.

"A previsão é de que a conclusão do processo aconteça em 2026, após a aprovação pelo poder concedente e pelos órgãos de defesa da concorrência", explicou a companhia.

Até o desfecho da operação, a companhia vai seguir tocando a operação, mantendo o quadro atual de colaboradores e "assegurando o cumprimento integral dos contratos vigentes e investimentos previstos".

Recentemente, a companhia anunciou um plano estratégico para os próximos dez anos, com foco em rentabilidade. A Motiva vai simplificar o portfólio e passa a ser mais "seletiva e sinérgica" em relação aos seus negócios.

"Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos", diz o CEO da Motiva, Miguel Setas, no material de divulgação sobre a operação.

Os recursos obtidos com a venda da operação aeroportuária serão utilizados na redução do endividamento da holding. A alavancagem consolidada deve ser reduzida de 3,5 vezes dívida líquida/ Ebitda para 3 vezes. Isso dará mais capacidade financeira à companhia para cumprir com o pipeline de investimentos, estimado em R$ 160 bilhões nos próximos anos, sobretudo em concessões rodoviárias, de trens e metrôs no Brasil.

O braço aeroportuário da Motiva tem 17 aeroportos no Brasil e outros três em países da América Latina.

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