A Natura (NATU3) registrou prejuízo líquido recorrente de R$ 119 milhões no terceiro trimestre de 2025, revertendo lucro de R$ 301 milhões de um ano antes, devido as pressões sobre receita e rentabilidade, além do aumento das despesas financeiras.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente ficou em R$ 577 milhões, o que representa uma queda de 33,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda recorrente foi de 11,1%, queda anual de 3,5 pontos percentuais.
A receita líquida, por sua vez, atingiu R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre, recuo de 13,1%, "como resultado da desaceleração no Brasil e dos desafios na integração das operações da Argentina e do México". A receita também foi impactada pela expressiva apreciação do real em relação às moedas dos mercados hispânicos e pelo efeito negativo da hiperinflação na Argentina.
A margem bruta foi de 67,2% no 3T25, um recuo de 0,10 ponto percentual.
“Estamos confiantes na melhora da rentabilidade no próximo trimestre e mantemos nosso compromisso de expandir a margem EBITDA no ano completo de 2025. O México estabilizou no final do trimestre e a Argentina já mostra sinais de recuperação. Ao mesmo tempo, ações já iniciadas de eficiência e contenção de despesas contribuirão para a melhoria da rentabilidade. Continuamos com o objetivo de expandir nossa liderança na América Latina, inclusive no Brasil, além de acelerar crescimento e rentabilidade nos mercados hispânicos, em especial no México”, comentou João Paulo Ferreira, CEO, no texto que acompanha o balanço.
A dívida líquida atingiu R$ 4 bilhões, praticamente estável em comparação com a posição de dívida líquida no 2T25, refletindo fluxo de caixa neutro para a companhia no período.
Simplificação corporativa
No terceiro trimestre, a Natura concluiu a integração da Avon na América Latina e avançou na simplificação corporativa, com a venda da Avon na América Central e República Dominicana. A venda da Avon International, excluindo a Rússia, está prevista para o 1º trimestre de 2026. A operação russa segue sendo avaliada, e a marca Avon na América Latina continua sob gestão da Natura.
A transação gerou uma baixa contábil não recorrente de R$ 1,8 bilhão, sem efeito caixa.