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Nike aposta na Copa de 2026 e ações têm maior alta desde fevereiro após recomendação do JPMorgan

Analista vê ciclo de recuperação em cinco frentes e aposta em alta de 19% nas ações

Nike: com estoques estáveis em US$ 7,5 bilhões, empresa ainda enfrenta dificuldades para retomar crescimento na China, um dos principais mercados da marca (Cheng Xin/Getty Images)

Nike: com estoques estáveis em US$ 7,5 bilhões, empresa ainda enfrenta dificuldades para retomar crescimento na China, um dos principais mercados da marca (Cheng Xin/Getty Images)

Publicado em 29 de julho de 2025 às 07h27.

As ações da Nike fecharam em forte alta na segunda-feira, 28, após o banco JPMorgan elevar sua recomendação para os papéis e apontar a Copa do Mundo de 2026 como um dos principais catalisadores para o novo ciclo de crescimento da marca esportiva.

Os papéis da Nike avançaram 3,9% e encerraram o pregão a US$ 79,24, no maior nível desde fevereiro. Foi a maior alta do dia no S&P 500.

Just buy it" (só compre), escreveu o analista Matthew Boss, em um trocadilho com o icônico slogan da Nike, “Just do it” (apenas faça).

Boss elevou sua recomendação de "neutro" para "compra" e revisou o preço-alvo da ação de US$ 64 para US$ 93, o que representa um potencial de alta de cerca de 19% em relação à cotação atual.

Na manhã desta terça-feira, 29, no pré-mercado, as ações da Nike continuam em alta, com avanço de 0,38%.

Desde a divulgação do resultado do quarto trimestre, em 26 de junho, a empresa acumula uma valorização de mais de 25%.

A retomada da Nike

Na avaliação de Boss, a Nike está entrando em uma fase de recuperação apoiada por cinco pilares. Um dos principais é o realinhamento dos estoques globais, que devem estar mais ajustados ao ritmo de vendas até o segundo trimestre de 2026. Ao mesmo tempo, há expectativa de aceleração nos pedidos do atacado para as coleções de primavera e verão do mesmo ano.

Outro pilar é o reforço no portfólio em expansão de produtos de performance, com foco em corrida e calçados globais, cuja expansão está prevista para 2026.

A Copa do Mundo de futebol de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México, é vista como um catalisador importante para as vendas da companhia.

Além disso, a Nike planeja fortalecer suas frentes de basquete e treinamento, o que deve sustentar o tíquete médio dos produtos.

Por fim, o analista projeta uma recuperação gradual da margem operacional entre 2026 e 2028, com avanço de 5 pontos percentuais, retomando o patamar de 10%, e potencial de atingir os níveis pré-pandemia, entre 12% e 13%, a partir de 2029.

As estimativas se baseiam em conversas com a diretoria da Nike e na leitura detalhada do último balanço. A análise indica que os novos produtos de performance estão compensando a queda nas linhas clássicas, o que representa um ponto de virada no modelo de negócios da companhia.

“Vemos o modelo em ponto de inflexão para que o crescimento de receita volte a acelerar no segundo semestre de 2026 e em 2027, após vários trimestres impactados pela gestão do ciclo de produtos e liquidação de estoques”, escreveu Boss.

No acumulado de 2025, as ações da Nike acumulam alta de 3,5%, enquanto o S&P 500 avança 8,7%. Com o otimismo renovado e um calendário esportivo favorável à frente, o mercado já começa a desenhar uma recuperação no formato do próprio símbolo da Nike.

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