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No Spotify, aumento de preços vem após prejuízo milionário. Os investidores agradecem

Papéis tinham caído mais de 10% na Bolsa desde que anunciou fortes perdas no segundo trimestre; só hoje, os papéis avançam 6%

Spotify: empresa aumenta planos de assinatura premium (Dilara Irem Sancar/Anadolu /Getty Images)

Spotify: empresa aumenta planos de assinatura premium (Dilara Irem Sancar/Anadolu /Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 13h28.

O Spotify está se movimentando após os resultados ruins do segundo trimestre de 2025: a empresa anunciou que está aumentando os preços das assinaturas premium em muitos mercados fora dos Estados Unidos, incluindo o Brasil, a partir de setembro. Após cair 10,53% desde o anúncio dos seus resultados, com a notícia, os papéis do streaming sobem mais de 6% nesta segunda-feira, 4 – no ano, elas avançam 40%.

A empresa sueca de música atraiu milhões de novos usuários no segundo trimestre de 2025, ultrapassando suas projeções de crescimento, impulsionada pela popularização dos audiolivros e das playlists personalizada. Entretanto, apesar do avanço, a empresa registrou um prejuízo líquido de € 86 milhões, o que equivale a cerca de US$ 100 milhões, revertendo o lucro de € 274 milhões no mesmo período do ano passado.

Agora é hora de ajustar o volume. O Spotify está atualizando os preços no Sul da Ásia, Oriente Médio, África, Europa, América Latina e região da Ásia-Pacífico, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira. No documento, a companhia afirma que o reajuste nos planos individuais são para “continuarmos inovando nas ofertas e recursos”.

Nas próximas semanas, os clientes serão notificados por e-mail sobre o reajuste nos planos de assinatura. Os valores variam conforme o país, mas o comunicado trouxe como exemplo para o Brasil que virá um e-mail informando um aumento de R$ 2 na mensalidade, passando de R$ 21,90 para R$ 23,90. Na Europa, o aumento nos planos Premium será de € 10,99 para € 11,99 por mês.

O Spotify já mostrou que tem um público muito fiel, que passa anos montando suas playlists e bibliotecas de músicas e podcasts. Por causa desse apego, os usuários do Spotify são os que menos cancelam o serviço, comparado com outros aplicativos de streaming de música ou vídeo nos Estados Unidos, segundo um relatório da empresa de pesquisa Antenna divulgado no ano passado. Aproveitando que a demanda continua forte, investidores e gravadoras querem que o Spotify aumente ainda mais o preço das assinaturas.

Na última divulgação de resultados, executivos reforçaram que a gestão está focada em ganhos de longo prazo. O diretor de negócios, Alex Norström, afirmou que os aumentos de preços ocorrem “quando fosse apropriado para o negócio”. Em entrevista a analistas após o relatório de lucros, ele disse que o Spotify basicamente aumenta os preços o tempo todo. No último trimestre, a empresa aumentou os custos de assinatura na França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Entre abril e junho, o Spotify registrou um aumento de 11% no número de usuários ativos mensais, totalizando 696 milhões — 7 milhões acima da projeção. No segmento premium, responsável pela maior parte da receita da empresa, o número de assinantes também avançou 12%, chegando a 276 milhões, superando a estimativa em 3 milhões.

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