Redatora
Publicado em 25 de julho de 2025 às 10h51.
A narrativa de que as "Sete Magníficas" representam uma única aposta no mercado de tecnologia parece não se sustentar mais. O grupo de gigantes formado por Nvidia, Meta, Microsoft, Apple, Tesla, Amazon e Alphabet se fragmentou em um conjunto de vencedoras e perdedoras, como mostra análise publicada pela revista americana Inc.
Nos últimos 12 meses, Nvidia e Meta dispararam, com altas de 39% e 46%, respectivamente. Apple e Alphabet, antes vistas como apostas seguras, ficaram praticamente estáveis. A divisão fica ainda mais clara ao observar o desempenho em 2025: Nvidia, Meta e Microsoft sobem cerca de 20%, enquanto Apple e Tesla recuam mais de 10%.
Mesmo com o Nasdaq Composite renovando recordes, o índice já não reflete a realidade de todas as big techs. Tesla e Apple sofreram fortes quedas neste ano, em parte ofuscadas pelo bom momento de alguns de seus pares no mercado de tecnologia.
A diferença fica ainda mais evidente no período a partir de abril, quando o presidente Donald Trump fez o anúncio das suas "tarifas recíprocas" no “Dia da Libertação”: Nvidia disparou mais de 50% em menos de quatro meses, enquanto Microsoft, Meta, Tesla, Alphabet e Amazon registraram ganhos próximos a 20%. Apenas a Apple segue no campo negativo.
O desempenho das empresas do grupo passou a depender mais dos fundamentos de cada uma, de suas perspectivas de crescimento e do nível de exposição à inteligência artificial e aos riscos macroeconômicos.
Nvidia e Microsoft continuam atraindo investidores por sua posição no fornecimento de infraestrutura para IA, enquanto Apple enfrenta pressão pelas vendas fracas do iPhone e por sua possível exposição às tarifas americanas.
Já Tesla sofre com a queda na demanda por veículos elétricos e as polêmicas políticas de Elon Musk.
Apesar dessas disparidades, o ETF Sete Magníficas (MAGS), da gestora Roundhill, acumula alta de 23% em 12 meses, superando o S&P 500 em cerca de 10 pontos percentuais.
Ainda assim, os ganhos do grupo já não são tão expressivos devido ao peso dos papéis em queda. De acordo com a FactSet, as "Sete Magníficas" devem registrar crescimento de 14,1% no lucro do segundo trimestre, contra apenas 3,4% para o restante das empresas do S&P 500.