Invest

O que está por trás da disparada das ações da Krispy Kreme

Papéis da Krispy Kreme reagem à combinação de euforia de investidores, patrocínio esportivo e avaliação positiva do Morgan Stanley, mas volatilidade segue alta

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 06h29.

As ações da Krispy Kreme registraram forte alta nesta quarta-feira, 22, subindo 13,8% nas negociações da manhã em Wall Street. O avanço foi impulsionado por comentários positivos de analistas e um novo movimento de investidores de varejo, que voltaram a mirar papéis com alto volume de posições vendidas. Os papéis fecharam em alta de 8,6%.

Apesar da reação positiva, o papel continua bem abaixo dos níveis do ano passado. Desde janeiro, as ações acumulam queda de 57% e são negociadas a US$ 4,19, valor 66% inferior à máxima de 52 semanas, de US$ 12,42, registrada em novembro de 2024, segundo o Yahoo Finance.

Riscos e volatilidade no mercado

O aumento reflete o fenômeno conhecido como “ações meme”, em que investidores individuais coordenam compras de ativos com grande interesse a descoberto, provocando altas expressivas no curto prazo. No caso da Krispy Kreme, cerca de 15% das ações disponíveis estavam vendidas, o que ampliou o potencial de recuperação.

Entre os fatores que reforçaram o otimismo está o relatório do Morgan Stanley, que apontou a Krispy Kreme como o melhor desempenho entre as redes de restaurantes no terceiro trimestre de 2025. O banco destacou que a companhia vem superando seus concorrentes mesmo em um cenário de desaceleração do setor.

Expansão e patrocínio da NASCAR impulsionam

A empresa também ganhou atenção com a abertura de sua primeira loja em Madri, ampliando sua presença internacional e fortalecendo a marca fora dos Estados Unidos. Além disso, a Krispy Kreme fechou um acordo de patrocínio com a NASCAR, em parceria com a Tide, da Procter & Gamble, o que deve aumentar a exposição da marca na temporada de 2025.

No entanto, assim como ocorreu no caso da GameStop, especialistas alertam que os novos ralis exigem cautela. A movimentação intensa de investidores de varejo pode acender um sinal de alerta para o mercado, diante de um cenário de alta volatilidade e liquidez ampliada.

O estrategista Michael Harnett, do Bank of America, disse que vê sinais de uma possível bolha nas bolsas americanas, que hoje operam próximas aos maiores níveis da história. Segundo ele, a combinação entre cortes de juros globais e mudanças regulatórias que estimulam a entrada de pessoas físicas no mercado cria um ambiente de “liquidez excessiva e oscilação elevada”.

“Mais investidores de varejo, mais liquidez, mais volatilidade — e, consequentemente, maior risco de bolha”, escreveu Harnett em relatório divulgado pelo Yahoo Finance.

Acompanhe tudo sobre:MemesAçõesRestaurantes

Mais de Invest

Petróleo dispara com escalada das sanções de Trump à Rússia

Concash mira R$ 1 bilhão em créditos de consórcio com FIDC

Por que o peso argentino cai mesmo com socorro bilionário dos EUA?

'É o custo de fazer negócios no Brasil': o desabafo do CFO da Netflix