Redação Exame
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 06h00.
Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 06h05.
Em meio ao endurecimento das regras pelos reguladores suíços, o UBS, avalia planos de contingência para deixar a país caso o governo da Suíça não recue em relação às novas exigências de capital. Nesse sentido, o presidente do conselho de administração do banco, Colm Kelleher, iniciou conversas com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O tema: transferir a sede do banco de Zurique para os EUA, segundo o Financial Times.
O UBS considera a exigência de aumentar seu capital próprio em US$ 26 bilhões exagerada e desproporcional, o que poderia prejudicar sua competitividade. O governo suíço, por sua vez, disse que precisa fortalecer o sistema bancário para evitar outro colapso semelhante ao do Credit Suisse, adquirido pelo UBS em 2023.
O banco, com 162 anos, sede em Zurique e valor de mercado de US$ 126 bilhões, avalia a mudança para os EUA em busca de um ambiente regulatório mais flexível, enquanto mantém diálogo com autoridades suíças.
A incerteza afetou as cotações das ações, e a campanha de lobby do banco trouxe resultados limitados até o momento, diz o FT. Enquanto isso, o governo Trump demonstrou interesse em receber um dos ativos mais valiosos da Suíça.
Executivos do UBS ainda preferem manter a sede na Suíça, caso consigam convencer o Parlamento a suavizar as regras, mas consideram sua obrigação fiduciária avaliar todas as alternativas. A gestora ativista Cevian Capital afirmou que as novas exigências de capital tornariam inviável operar um grande banco internacional a partir da Suíça.
Já os EUA avançam com desregulamentações para estimular o crescimento e flexibilizar normas bancárias, gerando preocupação na Europa sobre vantagens competitivas para bancos americanos e riscos à estabilidade financeira global.