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OGX esbarra em descrédito do investidor, diz analista

Planner corretora reconhece fundamentos, mas não vê momento melhor em breve


	Ações da OGX acumulam uma desvalorização de quase 60% em 2012

Ações da OGX acumulam uma desvalorização de quase 60% em 2012

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 15h46.

São Paulo – As ações da OGX (OGXP3) têm boas perspectivas, mas pouca possibilidade de uma valorização mais acentuada no curto prazo. A avaliação é da Planner Corretora, que iniciou nesta terça-feira a análise dos papéis da empresa de petróleo do empresário Eike Batista. A recomendação é de compra, com um preço-alvo de 9,60 reais, o que implica em um potencial de 68% em relação ao fechamento de segunda-feira.

“Após toda a controvérsia do não cumprimento de estimativas de produção de seus primeiros poços, a OGX está revendo suas prioridades e perspectivas. Neste contexto, estamos sendo conservadores em nossas projeções, estimando que a OGX somente vai instalar três plataformas, atingindo um pico de produção de 174 mil barris dia em 2017, mantendo este patamar nos anos seguintes”, ressalta Luiz Caetano, que assina o relatório.

As ações da petroleira acumulam uma desvalorização de quase 60% em 2012.

Desconfiança

Segundo ele, um dos principais obstáculos para a valorização das ações é descrédito dos investidores. “Em sua trajetória recente de baixa, muitos investidores acumularam perdas expressivas e preferem ver primeiro a empresa cumprir seus objetivos em termos de produção antes de voltar a investir na ação. Com isso, mesmo apresentando um grande potencial de valorização em relação ao nosso preço justo, reconhecemos a dificuldade quanto à valorização de OGXP3 no curto prazo”, estima.

Os papéis da OGX despencaram 41% em apenas uma semana em junho após o mercado receber mal o detalhamento sobre a vazão de dois poços no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Após testes, a empresa concluiu que a área tem uma capacidade de vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia para os dois primeiros poços em estágio inicial. O mercado esperava algo em torno de 15 mil a 20 mil barris por dia.

“Com todos os problemas criados pela redução das estimativas de produção de seus primeiros poços, a OGX está revendo suas prioridades e perspectivas, tendo inclusive trocado toda sua diretoria. O foco da empresa deixou de ser “encontrar petróleo” para “monetizar as reservas”. Dentro desta revisão de foco e também de expectativas, foram abandonadas as projeções contidas em seu Plano de Negócios de junho/2011, onde a produção estimada para o final de 2015 era de 730 mil barris por dia”, ressalta Caetano.

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