Ouro: metal acumula alta de quase 50% em 2025 e caminha para o maior ganho anual desde 1979 (sutan abraham/Getty Images)
Repórter
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 11h59.
O ouro voltou a quebrar recordes nesta terça-feira, 7, impulsionado pela paralisação do governo dos Estados Unidos e pela crise política na França.
O contrato futuro de dezembro, o mais negociado em Nova York, superou a marca inédita de US$ 4 mil a onça, enquanto o ouro à vista era negociado a US$ 3.974,34, alta de 0,3%, às 10h38 no horário de Brasília.
De acordo com o Goldman Sachs, a disparada do metal precioso ainda tem fôlego para continuar. O banco elevou sua projeção de preço para dezembro de 2026 de US$ 4.300 para US$ 4.900 a onça.
A alta deve ser sustentada pelo apetite de bancos centrais de países emergentes e pelo aumento nas aplicações em ETFs lastreadas no metal.
A valorização do ouro em 2025 já se aproxima de 50%, sustentada pelo cenário global de incertezas. Com os ganhos recentes, o metal caminha para registrar o maior avanço anual desde 1979.
Medidas do presidente Donald Trump na política comercial e geopolítica reforçaram a busca por ativos de proteção e afastaram investidores do dólar. Fundos lastreados em ouro e bancos centrais estão entre os principais compradores do metal.
De acordo com Nicky Shiels, chefe de pesquisa e estratégia de metais da MKS Pamp SA, em nota citada pela Bloomberg, a disparada também reflete uma combinação de demanda de varejo, sobretudo na Europa e no Japão, e de fluxos institucionais.
A China também mantém a pressão compradora. O Banco Popular do país estendeu em setembro sua sequência de aquisições, que já dura 11 meses consecutivos.
Nesta semana, eventos políticos e econômicos adicionaram combustível ao rali. Nos Estados Unidos, a suspensão das operações federais privou investidores de dados cruciais sobre a economia, dificultando a leitura do Federal Reserve. Ainda assim, os mercados seguem precificando um corte de 0,25 ponto percentual nos juros neste mês, movimento que tende a favorecer o metal.
Na Europa, a renúncia do primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, complicou os esforços para conter o maior déficit fiscal da zona do euro. No Japão, a iminente ascensão de Sanae Takaichi ao cargo de premiê elevou a incerteza política.