Loja da Panvel: rede cria collab com marca de sandálias Ipanema (Panvel/Divulgação)
Repórter de mercados
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 20h14.
A Panvel (PNVL3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 28 milhões no segundo trimestre, um aumento de 39,5% em relação ao mesmo período de 2024. O EBITDA da rede de farmácias teve crescimento de 42,9%, atingindo R$ 70,1 milhões.
No trimestre, os resultados contaram com uma base de comparação mais fraca, dado que as vendas da companhia sofreram forte impacto das enchentes no Rio Grande do Sul em maio de 2024.
Nesse contexto, a receita bruta foi de R$1,31 bilhão, alta de 15,3% sobre o mesmo período do ano passado.
O desempenho foi impulsionado tanto pelas lojas maduras, com crescimento de 12,7%, quanto pelo aumento nas vendas nas mesmas lojas (SSS), que registraram alta de 14,4%.
Além disso, a Panvel reforçou sua expansão física, com a abertura de 14 novas lojas no trimestre e prevê inaugurar 50 novas lojas até o final de 2025.
A participação do ecommerce também cresceu, 5,3 pontos percentuais, passando a representar 24,4% do total das vendas.
Segundo o CFO, Antonio Napp, o segmento de higiene e beleza foi o grande destaque do período, com um crescimento de 14% sobre o mesmo período de 2024. O aumento foi impulsionado pelas vendas de marca própria, que agora representam 7,2% do portfólio total da rede e 18% na categoria de higiene e beleza.
O crescimento da categoria ajudou a expandir a participação da Panvel no market share da Região Sul, alcançando 12,5%, um ganho de 0,6 ponto percentual sobre o ano anterior, com avanços em todos os estados da região.
"Estamos renovando nossa linha de Dermocosméticos, a linha Dermativ, que com certeza vai vender muito bem. Também estamos investindo em produtos focados no público jovem, como maquiagem. Queremos que o público feminino, que é o nosso principal, lembre da Panvel quando for comprar produtos de beleza", diz o executivo.
A categoria de medicamentos também teve desempenho expressivo, com crescimento de 22,2% impulsionado pelos resultados tanto dos medicamentos de marca, que cujas vendas cresceram 21,6%, quanto dos genéricos, com aumento de 21,8%.
O CFO também destacou o lançamento do Mounjaro e o crescimento nas vendas do Ozempic, medicamentos voltados para o controle de glicemia e emagrecimento como um vetor importante para o faturamento.
No segmento de vacinação, a Panvel obteve um avanço significativo, representando 1,4% da receita bruta do varejo. As vacinas responderam por 76,6% da receita de serviços no período, com um crescimento de 62% em relação ao segundo trimestre de 2024. Esse desempenho garantiu à Panvel 43,4% de market share na vacinação na Região Sul.
A despesa com vendas foi de 23% da receita, e a despesa administrativa ficou em 2,7%, em linha com o segundo trimestre do ano passado. Mas, segundo o CFO da Panvel, há a expectativa de alguma diluição de despesas mais à frente, com o fim da operação de atacado. Por ocasião das enchentes, a companhia também encerrou sua operação atacadista, se concentrando apenas no varejo.
O ciclo de caixa da Panvel totalizou 71 dias, com redução de 8 dias em comparação com o mesmo período do ano anterior. O estoque, que havia oscilado devido às enchentes, está agora normalizado, diz Napp.
A expectativa é de que a empresa ganhe mais dias de fornecedores, o que contribuirá para reduzir ainda mais o ciclo de caixa.
A dívida líquida foi de R$ 317 milhões, apresentando uma redução de 1,85%, o que diminuiu a alavancagem de 1,2x para 1,1x.
Apesar do patamar confortável de endividamento, Napp também destaca que o ambiente macroeconômico continua desafiador devido à taxa de juros alta. Mesmo com uma dívida baixa e custo abaixo da média, a despesa financeira de R$ 10 milhões em um trimestre com lucro de R$ 28 milhões é um impacto relevante, disse.
Embora a Panvel não seja diretamente afetada pelo tarifaço já que toda a cadeia produtiva é nacional, o CFO expressou preocupações sobre os efeitos indiretos da nova política tarifária dos Estados Unidos.
“Se elas representarem uma recessão em alguns setores da economia dos nossos estados, isso acaba causando diminuição de renda, pode causar desemprego e afetar os negócios. Gostaríamos que houvesse alguma solução negocial para as tarifas, o medo dos empresários é que não haja um diálogo”, conta o CFO.