Elon Musk: bilionário é CEO do X (antigo Twitter), Tesla e da SpaceX
Repórter
Publicado em 25 de julho de 2025 às 09h23.
Última atualização em 25 de julho de 2025 às 09h25.
Elon Musk, CEO da Tesla (TSLA), afirmou que pode ser demitido caso suas ações e decisões prejudicassem ainda mais a empresa. Em uma declaração durante a call de resultados do segundo trimestre, Musk afirmou que não quer "descobrir que tem tão pouco controle que pode ser facilmente destituído", referindo-se à sua participação de 13% na Tesla. "Eu acho que o meu controle sobre a Tesla deveria ser suficiente para garantir que a empresa siga por um bom caminho, mas não tanto controle a ponto de eu não poder ser demitido caso eu fique louco", disse ele.
A Tesla enfrenta uma queda nas vendas globais e uma dificuldade em manter o crescimento projetado, não conseguindo aproveitar o aumento do interesse por veículos elétricos. No segundo trimestre deste ano, a empresa teve seu pior resultado em uma década. A companhia, que foi vista como líder do setor automotivo inovador, agora está enfrentando um mercado mais competitivo e com margens de lucro pressionadas. Após o anúncio dos resultados, as ações da Tesla caíram quase 9%, refletindo a crescente inquietação dos investidores em relação à gestão de Musk.
Apesar do desempenho financeiro abaixo do esperado, Musk manteve uma postura confiante, mas reconheceu sua vulnerabilidade devido à sua participação limitada na Tesla. Musk sabe que, com sua 13% de participação na empresa, está vulnerável a acionistas ativistas e que, caso a liderança continue a ser prejudicial, sua posição pode estar em risco.
Além dos desafios financeiros, Musk tem se envolvido em outras questões que desviam sua atenção da Tesla. Seu envolvimento com política, incluindo a proposta de criar um novo partido político nos Estados Unidos, e outras declarações controversas têm gerado desconforto tanto entre investidores quanto membros do conselho da empresa. Esses fatores contribuem para uma imagem de liderança fragmentada, o que afeta a percepção da direção da Tesla no mercado.
Apesar disso, os investidores ainda têm apoiado Musk, mas esse apoio começa a ser questionado diante dos resultados financeiros desanimadores. O que antes parecia ser um caminho sólido para a Tesla agora está sendo colocado à prova, com a queda nas vendas e a crescente inquietação dos acionistas.
A estrutura de governança da Tesla dificulta uma possível destituição de Musk. Para que ele fosse removido, seria necessário o apoio de dois terços dos acionistas, o que torna a tarefa mais complexa, mesmo diante de uma queda no desempenho financeiro da empresa. Mas Musk já sugeriu que a questão sobre o seu controle da empresa pode ser debatida na reunião anual de acionistas, marcada para novembro, o que poderia gerar novas tensões dentro da Tesla.
A estratégia de Musk para a Tesla inclui grandes apostas em robôs humanoides e no desenvolvimento de um serviço de robô-táxi, ambos projetos que ainda estão longe de gerar qualquer impacto financeiro significativo para a empresa. Musk admite que esses projetos de longo prazo podem levar anos até começarem a render frutos, e a falta de resultados imediatos pode ser um fator que pesa nas decisões dos investidores.
"Provavelmente teremos alguns trimestres difíceis", Musk comentou durante a call, admitindo que a Tesla pode enfrentar um futuro desafiador. Agora, os investidores precisam decidir se continuarão a apostar na visão de Musk ou se buscarão novas alternativas para a liderança da empresa, que, por enquanto, ainda mantém um valor de mercado acima de US$ 1 trilhão.