Para ele, a política cria uma competição desigual entre os restaurantes. Isso porque, segundo a legislação americana, estabelecimentos que oferecem gorjetas podem pagar salários menores para seus funcionários, já que uma parte significativa da renda é recebida por meio das gorjetas.
Esses trabalhadores têm um salário mínimo federal é de apenas US$ 2,13 por hora, valor estabelecido em 1991. Já o salário mínimo federal regular é de US$ 7,25 por hora, desde 2009. A solução, segundo o CEO do McDonald's, seria a instituição de um único salário mínimo para todos os funcionários de restaurantes, sem a diferenciação por gorjetas.
“Se você é um restaurante que permite gorjetas ou tem gorjetas como parte da equação, você está basicamente fazendo o cliente pagar pelo seu trabalho e ainda recebe um benefício extra da isenção de impostos sobre gorjetas”, afirmou.
O McDonald's já havia ajustado seu próprio salário mínimo em 2021, aumentando os salários de seus trabalhadores em cerca de 10% pela escassez de mão de obra durante a pandemia. Atualmente, os trabalhadores de nível inicial ganham entre US$ 11 e US$ 17 por hora, e os gerentes entre US$ 15 e US$ 20.
A medida fiscal de Trump
A medida foi incluída na lei "One Big Beautiful Bill", assinada por Trump em julho, e permite uma dedução de até US$ 25 mil na renda tributável proveniente de gorjetas. Trabalhadores de fast food, garçons, bartenders, chefs, cozinheiros, e outros profissionais da alimentação têm direito à dedução, divulgou a Casa Branca.
Apesar dos elogios à política como uma oportunidade de aliviar o peso fiscal de muitos trabalhadores, alguns especialistas apontam que o impacto real da medida pode ser limitado. Um estudo da Yale Budget Lab revelou que, em 2022, 37% dos trabalhadores que recebem gorjetas tinham rendimentos baixos o suficiente para estarem isentos de impostos federais, tornando a dedução irrelevante para essas pessoas, segundo a Fortune.