Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 05h51.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 07h05.
Com a paralisação do governo dos Estados Unidos se estendendo para a terceira semana, os investidores voltam os olhos para os balanços trimestrais dos grandes bancos para entender a real situação da economia americana.
A ausência de dados oficiais, como o relatório de empregos e os índices de preços ao consumidor, reforça a importância dos resultados corporativos que começam a ser divulgados nesta terça-feira, 14.
Entre os destaques, estão os balanços de instituições como JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Citigroup, Wells Fargo e Bank of America, que devem trazer pistas cruciais sobre o consumo, o crédito e os investimentos em tecnologia, especialmente em inteligência artificial.
Com o S&P 500 ainda acumulando alta de mais de 11% no ano, a sustentação desse movimento depende, segundo analistas, da força dos lucros do terceiro trimestre.
"No fim do dia, tudo volta para a economia e os lucros corporativos", afirmou Matthew Miskin, estrategista da Manulife John Hancock Investments, em entrevista à Reuters.
Especialistas destacam três indicadores centrais para os resultados bancários: qualidade de crédito, crescimento dos empréstimos e o impacto da corrida por inteligência artificial (IA).
A qualidade de crédito mostra se os consumidores estão conseguindo pagar suas dívidas ou se há sinais de inadimplência.
"Wall Street está dividida", disse Nathan Stovall, do S&P Global Market Intelligence, ao Business Insider. "Alguns veem deterioração, outros continuam apostando na resiliência."
No trimestre anterior, os grandes bancos relataram que o consumidor seguia saudável, apesar de tarifas mais altas e custo de vida crescente.
Já o volume de empréstimos revela se há confiança dos consumidores e empresas para investir e tomar crédito.
O crescimento parece ter esfriado, segundo dados do Federal Reserve (Fed), com o avanço de concorrentes fora do sistema bancário tradicional.
Mais de 60% do crescimento anual de crédito nos bancos veio de empréstimos para instituições não depositárias, como fundos de private equity e crédito privado.
O setor bancário também tem sido peça-chave no financiamento da alta da inteligência artificial.
JPMorgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley lideraram aportes em empresas como a CoreWeave e na construção da infraestrutura necessária para suportar o crescimento da IA.
Segundo analistas, investidores devem observar até que ponto o setor financeiro está exposto aos riscos associados a esse novo ciclo. “Os bons tempos são quando se criam os maus empréstimos do futuro”, disse Mike Mayo, do Wells Fargo, ao BI.
O investimento agressivo em IA se tornou inevitável para os grandes players de Wall Street, mesmo que muitos projetos ainda não apresentem retorno. “Esse é o preço para entrar no mundo da inteligência artificial”, afirmou Mayo.
Desde 1º de outubro, o governo americano está paralisado por falta de acordo entre republicanos e democratas no Congresso.
Isso resultou na suspensão da publicação de uma série de indicadores, entre eles o relatório de empregos de setembro e os dados sobre vendas no varejo e inflação ao produtor.
A única exceção é o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que teve nova data confirmada: será divulgado em 24 de outubro, o que permitirá à Administração da Seguridade Social processar reajustes de benefícios.
Todos os demais relatórios seguirão suspensos até a normalização dos serviços públicos federais.
Para o economista Michael Pearce, da Oxford Economics, o cenário é de “neblina de dados cada vez mais densa”.
Sem números confiáveis, os mercados precisam recorrer a fontes alternativas de análise — como os resultados corporativos — para balizar suas decisões.
07h00 – EUA
Reunião do Fundo Monetário Internacional
Debate sobre economia global, desenvolvimento internacional e sistema financeiro.
08h00 – EUA
Relatório Mensal da OPEP
Panorama do mercado global de petróleo e perspectivas para os próximos 12 meses.
08h30 – Brasil
Boletim Focus (Banco Central)
Projeções dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros.
07h00 – EUA
Reunião do Fundo Monetário Internacional (continuação)
12h30 – EUA
Discurso de Jerome Powell (presidente do Federal Reserve)
06h00 – Zona do Euro
Produção industrial (agosto)
Dados da Eurostat sobre a indústria europeia.
09h00 – Brasil
Vendas no Varejo (agosto – IBGE)
09h30 – EUA
Índice de Preços ao Consumidor (CPI – setembro)
Dados mensais e núcleo do CPI, incluindo expectativas de inflação.
14h30 – Brasil
Fluxo Cambial Estrangeiro (Banco Central)
15h00 – EUA
Livro Bege (Federal Reserve)
Relatório sobre as condições econômicas nos 12 distritos do Fed.
17h30 – EUA
Estoques de Petróleo Bruto (API)
06h00 – Zona do Euro
Balança Comercial (julho)
07h00 – EUA
Reunião do Fundo Monetário Internacional (continuação)
09h00 – Brasil
IBC-Br (prévia do PIB)
09h30 – EUA
Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (semana)
Pedidos Contínuos por Seguro-Desemprego
Índice de Preços ao Produtor (PPI – setembro)
13h00 – Zona do Euro
Discurso de Christine Lagarde (presidente do BCE)
17h30 – EUA
Balanço Patrimonial do Federal Reserve
06h00 – Zona do Euro
Índice de Preços ao Consumidor (CPI – setembro)
07h00 – EUA
Reunião do Fundo Monetário Internacional (continuação)
08h00 – Brasil
IGP-10 (outubro – FGV)
09h30 – EUA
Licenças de Construção (setembro)
Preços de Bens Exportados e Importados
Início de Construção de Novas Casas
17h00 – EUA
Transações Líquidas de Longo Prazo (Department of Treasury)