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PCE, Pnad contínua e balanço da Vale e da Apple: o que move os mercados

PMI de Chicago e decisão de juros na África do Sul também estão no radar dos investidores

Apple: a gigante do setor de tecnologia divulga seus resultados após o fechamento do mercado nesta quinta-feira, 31 (Leandro Fonseca/Exame)

Apple: a gigante do setor de tecnologia divulga seus resultados após o fechamento do mercado nesta quinta-feira, 31 (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 31 de julho de 2025 às 08h01.

Os mercados globais operam em clima positivo nesta quinta-feira, 31, impulsionados pelos balanços acima do esperado de gigantes da tecnologia como Microsoft e Meta, e pela perspectiva de novos resultados após o fechamento do pregão, com destaque para Apple, Amazon e a mineradora brasileira Vale.

No Brasil, o IBGE publica às 9h a Pnad Contínua, com dados do mercado de trabalho de junho, e o Banco Central divulga, às 8h30, o resultado primário do setor público consolidado. No mesmo horário, a Alemanha apresenta o CPI preliminar de julho.

Nos Estados Unidos, o foco estará nos dados inflacionários e do mercado de trabalho. Às 9h30, serão divulgados o índice de preços dos gastos com consumo (PCE) de junho, indicador de inflação preferido do Federal Reserve, o índice de custo de emprego do segundo trimestre e os pedidos semanais de auxílio-desemprego.

Às 10h45, sai o PMI de Chicago referente a julho, índice que mede a atividade econômica na região do Meio-Oeste americano e inclui tanto indústria quanto serviços. No fim do dia, Japão e China divulgam seus PMIs industriais, às 21h30 e 22h45, respectivamente.

Além dos indicadores, o mercado acompanha decisões de juros em países emergentes: o Banco Central da África do Sul divulga sua decisão às 10h e o da Colômbia, às 15h.

No Brasil, também chama atenção a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin no programa de Ana Maria Braga, às 10h35, em meio à tentativa do governo de conter os impactos das tarifas americanas.

A temporada de balanços segue movimentada. Após o fechamento, saem os resultados de Apple, Amazon, CSN, CSN Mineração, Gerdau, Marcopolo e Vale.

'Super quarta'

Na quarta-feira, 30, o Ibovespa fechou em alta de 0,95%, aos 133.989 pontos, impulsionado por uma reação positiva à assinatura do tarifaço de Trump. A medida, inicialmente temida, veio com uma série de isenções,  incluindo setores como alimentos e aviação, e foi vista como menos agressiva do que se imaginava. A Embraer, um dos setores mais ameaçados, fechou com alta superior a 10%.

O alívio ocorreu mesmo com a virada negativa das bolsas americanas após a decisão do Federal Reserve de manter os juros entre 4,25% e 4,50% pela quinta reunião consecutiva. O S&P 500 caiu 0,12%, o Dow Jones recuou 0,38% e o Nasdaq 100 teve baixa de 0,15%. O presidente do Fed, Jerome Powell, evitou sinalizar cortes no curto prazo, indicando que a política seguirá dependente dos dados.

No Brasil, o Copom também manteve a Selic em 15% ao ano, sinalizando que a taxa deve permanecer nesse nível por um “período bastante prolongado”. O comunicado destacou preocupações com o ambiente externo, especialmente com a política econômica dos EUA sob Trump, e citou a elevação do IOF como fator de pressão sobre as empresas.

Balanços

No front corporativo, os resultados das big techs animaram os mercados. A Meta superou projeções com lucro de US$ 7,14 por ação, receita de US$ 47,5 bilhões no segundo trimestre e projeções otimistas para o restante do ano. Já a Microsoft reportou lucro líquido de US$ 27,2 bilhões no trimestre e receita de US$ 76,4 bilhões, puxada pelo salto de 39% no faturamento do Azure. Ambas anunciaram aumento de investimentos em inteligência artificial.

No setor financeiro, os balanços de Santander e Bradesco também movimentaram o mercado.

O Santander lucrou R$ 3,7 bilhões, abaixo do consenso, e apontou os efeitos negativos do aumento do IOF sobre operações com empresas.

O Bradesco superou as expectativas, com lucro de R$ 6,1 bilhões e revisão positiva nas projeções de receitas com serviços e seguros. O banco também destacou estabilidade na inadimplência e avanço na carteira de crédito.

Mercados internacionais

Os principais índices da Ásia fecharam em queda nesta sexta-feira, 31, após o Banco do Japão manter os juros em 0,5%. O Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,51%, o CSI 300, da China, caiu 1,82% e o Kospi, da Coreia do Sul, teve baixa de 0,28%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 cedeu 0,16%.

As bolsas europeias avançam moderadamente nesta manhã, impulsionadas por resultados positivos de empresas como Shell e Unilever. Por volta das 7h55, o Stoxx 600 recuava 0,08%, o FTSE 100 subia 0,49%, o DAX caía 0,17% e o CAC 40 tinha baixa de 0,24%.

Os índices futuros dos EUA mantêm o viés positivo após balanços robustos de big techs. No mesmo horário, o Nasdaq 100 avançava 1,34%, o S&P 500 subia 0,98% e o Dow Jones ganhava 0,30%.

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