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Pernod, dona da Absolut, dispara após lucro superar projeções e CEO prever retomada na China

Ações sobem até 8,5% após balanço acima das estimativas; tarifas nos EUA e na China estano radar

Pernod Ricard: companhia concluiu um programa de eficiência de €900 milhões (Pernod Ricard/Divulgação)

Pernod Ricard: companhia concluiu um programa de eficiência de €900 milhões (Pernod Ricard/Divulgação)

Publicado em 28 de agosto de 2025 às 07h44.

As ações da Pernod Ricard, gigante francesa de bebidas e dona de marcas como Absolut e Jameson, registraram nesta quinta-feira, 28, a maior alta em mais de um ano, após superar as estimativas de analistas com seus resultados e projetar melhora na demanda à medida que restrições comerciais diminuem na China.

A companhia destacou que o fim do último ano fiscal foi impulsionado pelos mercados de França e Espanha, com marcas como Royal Stag e Jameson ganhando força na Índia.

No consolidado do ano encerrado em 30 de junho, a Pernod Ricard registrou vendas de € 10,96 bilhões (US$ 12,75 bilhões), queda orgânica de 3% em relação ao período anterior. A queda foi ligeiramente melhor que a projeção de 3,2% dos analistas e ficou em linha com a própria orientação da empresa.

O lucro das operações recorrentes recuou 5,3%, para € 2,95 bilhões, enquanto o lucro líquido avançou 11%, a € 1,67 bilhão, apoiado por menores custos. A companhia manteve a proposta de dividendo em € 4,70 por ação.

Na Bolsa de Paris, os papéis chegaram a subir 8,5%, maior salto intradiário desde agosto de 2023. Por volta das 7h10 (horário de Brasília), operavam com alta de 5,11%.

China e EUA

Segundo o Wall Street Journal, a Pernod Ricard prevê um primeiro trimestre fiscal fraco, entre junho e setembro, pressionado pela demanda ainda baixa na China e pela redução de estoques nos Estados Unidos.

O CEO Alexandre Ricard disse à Bloomberg que as vendas de conhaque em lojas duty free na China devem ser retomadas no segundo trimestre, após suspensão desde dezembro. “As vendas estão em um nível de baixa temporada, o que significa que nossos embarques para operadores duty free na China devem retomar de forma bastante positiva, mas apenas no segundo trimestre”, afirmou.

A empresa reforçou que este será um ano de transição, mas projeta retomada das vendas no segundo semestre e crescimento médio entre 3% e 6% a partir de 2027. A companhia também concluiu um programa de eficiência de €900 milhões, que incluiu corte de pessoal, e prevê economizar mais €1 bilhão até 2029.

O grupo, contudo, continua pressionado pelo arrefecimento da demanda global por destilados, após o boom de consumo no período pós-pandemia, e pelas disputas comerciais envolvendo China, União Europeia e Estados Unidos.

No caso da China, as tarifas aplicadas sobre bebidas alcoólicas devem reduzir o lucro da Pernod em cerca de €45 milhões, valor menor que a estimativa anterior de até €140 milhões. Já nos Estados Unidos, as tarifas adicionais impostas pelo presidente Donald Trump representam um custo de aproximadamente €35 milhões. Parte dessas perdas deve ser compensada por reajustes de preços em diferentes mercados, segundo a empresa.

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