(Agência Petrobras/Divulgação)
Repórter de negócios e finanças
Publicado em 20 de junho de 2025 às 09h45.
Última atualização em 20 de junho de 2025 às 09h51.
Investidores que estavam posicionados em Petrobras (PETR3,PETR4) até o último dia 16 de abril recebem hoje a segunda parcela dos dividendos referentes ao exercício social de 2024. O valor bruto é de R$ 0,3763 por ação. O número corrigido pela taxa Selic e é maior do que os R$ 0,3548 anunciados anteriormente. Em abril, os acionistas da petrolífera aprovaram a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos. A primeira parcela da remuneração foi paga no último dia 20 de maio.
A Petrobras explica que o pagamento da segunda parcela será efetuado pelo Bradesco (BBDC4), banco depositário das ações escriturais de emissão da companhia. Todos os acionistas com cadastro atualizado terão os valores creditados automaticamente nas contas bancárias nesta sexta-feira (20). Para acionistas com ações custodiadas na B3, o pagamento será feito pelas respectivas corretoras.
Detentores de ADRs (American Depositary Receipts), papéis da empresa negociados nos Estados Unidos, serão remunerados um pouco mais tarde. O pagamento ocorrerá a partir do próximo dia 27, por meio do JP Morgan Chase, depositário dos ADRs da Petrobras.
Ainda este ano, a Petrobras vai pagar juros sobre capital próprio (JCP) aprovados pelo conselho de administração da companhia no mês passado. A remuneração total é de R$ 11,72 bilhões, ou R$ 0,909 por papel ação ordinária e preferencial. O provento é uma antecipação do exercício de 2025, com base no balanço do primeiro trimestre. Os JCP vão ser pagos em duas parcelas, nos meses de agosto em setembro. Investidores que estavam posicionados no papel na B3 até o último dia 2 de junho terão direito à remuneração, assim como detentores de ADRs da companhia no dia 3 de junho.
O pagamento da primeira parcela será feito no dia 20 de agosto de 2025. O da segunda, em 22 de setembro de 2025. Os detentores de ADRs receberão os valores a partir de 27 de agosto de 2025 e de 29 de setembro de 2025, respectivamente.
Os juros sobre capital próprio serão abatidos da remuneração aos acionistas a ser aprovada na assembleia geral ordinária (AGO) de 2026 relativa ao exercício de 2025, sendo seus valores reajustados pela taxa Selic desde a data do pagamento de cada parcela até o encerramento do exercício social corrente para fins do cálculo do devido abatimento.
Analistas acreditam empresa não deve pagar dividendos extraordinários nos próximos anos, diante de pressões negativas em seu fluxo de caixa. Foi por esse motivo que, no início deste mês, os papéis da Petrobras receberam o rebaixamento de “compra” para “neutra” por dois bancos de investimento. O Santander revisou o preço-alvo da ação da estatal, de R$44 para R$38, enquanto o Bank of America (BofA) fez uma redução ainda mais acentuada, de R$42 para R$34.
A previsão de Fluxo de Caixa Livre (FCF) da Petrobras para 2025 é de R$ 97,6 bilhões, o que representa uma queda de 21,4% em relação ao ano anterior. O aumento do risco em torno da revisão da política. O aumento do risco em torno da revisão da política de dividendos é justificado, já que a geração de caixa da empresa pode não ser suficiente para cobrir os dividendos previstos.
O valor projetado para os dividendos ordinários em 2025 é de aproximadamente US$ 7,3 bilhões, resultando em um dividend yield de cerca de 10%, um nível considerado pouco atrativo quando comparado ao histórico da empresa e aos seus pares globais.