Invest

Petróleo inicia novo trimestre sob pressão com aumento da oferta no horizonte

Negociações na Líbia e tensões no Oriente Médio impactam preços, enquanto Opep+ se prepara para aumentar a produção

No último trimestre, o petróleo teve desvalorização de 17%. (Mekdet/Getty Images)

No último trimestre, o petróleo teve desvalorização de 17%. (Mekdet/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 06h47.

O preço do petróleo começou o quarto trimestre em queda, pressionado pela expectativa de aumento na oferta global e pela incerteza geopolítica no Oriente Médio. O barril de Brent, referência internacional, foi negociado perto de US$ 71 (R$ 385,53), após encerrar a segunda-feira, 30, com leve alta. As informações são da Bloomberg.

A Líbia, um dos grandes produtores de petróleo, está se preparando para retomar sua produção, após um acordo entre os dois governos rivais sobre a liderança do banco central do país. Esse entendimento pode trazer um aumento na oferta, afetando diretamente o mercado global. No entanto, as tensões no Oriente Médio permanecem elevadas, com o exército de Israel iniciando operações terrestres no Líbano, o que adiciona riscos à equação.

Impacto do aumento da produção

A recente queda nos preços, com o petróleo Brent acumulando uma desvalorização de quase 17% no último trimestre, reflete o otimismo em torno do aumento da produção pelos países da Opep+, além da desaceleração econômica na China, um dos maiores consumidores de petróleo do mundo. A expectativa é que o cartel de produtores cumpra seu plano de reintroduzir a oferta no mercado, o que deve manter os preços pressionados para baixo.

Um dos fatores determinantes para essa queda de preço tem sido a percepção dos investidores de que, apesar das tensões geopolíticas, os riscos de interrupção no fornecimento de petróleo não se concretizaram até o momento.

Próximos passos da Opep+

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) realizará uma reunião online na quarta-feira, 2, para monitorar o mercado. A aliança, que inclui grandes produtores como Arábia Saudita e Rússia, deve iniciar o aumento gradual de sua produção a partir de dezembro. Segundo o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, o grupo não está discutindo novas propostas no momento, mantendo o foco em restaurar a oferta.

O cenário global continua dividido entre os fatores de oferta e demanda. Por um lado, a retomada da produção na Líbia e o aumento planejado pela Opep+ devem pressionar os preços para baixo. Por outro, as tensões geopolíticas no Oriente Médio, especialmente envolvendo Israel e o Hezbollah no Líbano, adicionam uma camada de incerteza ao mercado.

Essa dinâmica deve continuar influenciando os preços do petróleo nos próximos meses, com os analistas atentos às decisões da Opep+ e ao desenrolar dos conflitos na região. A expectativa é de que a volatilidade nos preços reflita tanto o aumento da oferta quanto os riscos geopolíticos.

Acompanhe tudo sobre:OpepPetróleoOriente Médio

Mais de Invest

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump

Vale a pena investir em arte? Entenda como funciona o mercado

Ibovespa fecha em queda de 1,61% pressionado por tensões políticas